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De nome completo José Maria de Eça de Queirós nasceu a Novembro de 1845, numa casa na Praça do Almada, em Póvoa de Varzim, no centro da cidade. Curiosamente (e escandalosamente para aquela época), foi registado como sendo filho de mãe incógnita.
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Em 1855, ano em que morreu a sua avó paterna – na altura já viúva – Eça, sem avós, acaba por ir viver com os pais e os seus quatro irmãos, no Porto.
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Em 1861, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra por imposição do pai que estudara na mesma Universidade.
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Aos 20 anos, conhece a apaixona-se por D. Carolina Augusta Pereira de Eça, uma jovem de 18 anos, oriunda de uma família de militares de alta patente que repudiaram tal pretendente para a filha. Apesar disso, os jovens amantes mantiveram uma relação às escondidas e da sua relação proibida resultaria a gravidez de D. Carolina que fugiu de casa para que o filho nascesse afastado do escândalo social.
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Após a formatura, Eça estabeleceu-se como advogado em Lisboa, mas rapidamente desistiu da carreira. Em 1867 fundou e redigiu integralmente, durante cerca de meio ano, o jornal O Distrito de Évora, com o qual fez oposição política ao governo. Meses depois, passou a colaborar com maior regularidade na Gazeta de Portugal.
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É o grande dever do jornalismo fazer conhecer o estado das coisas públicas, ensinar ao povo os seus direitos e as garantias da sua segurança, estar atento às atitudes que toma a política estrangeira, protestar com justa violência contra os actos culposos, frouxos, nocivos, velar pelo poder interior da pátria, pela grandeza moral, intelectual e material em presença de outras nações, pelo progresso que fazem os espíritos, pela conservação da justiça, pelo respeito do direito ,”
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Em 1869, é convidado pelo jornal ‘Diário Nacional’ para ser correspondente e ir assistir à histórica inauguração do Canal do Suez no Egipto. Eça aceita e faz a viagem na companhia de um amigo da família: D. Luís de Castro, 5.º conde de Resende, General das forças armadas e irmão daquela que seria a sua futura mulher – D. Emília de Castro.
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Em 1870 foi nomeado administrador do conselho de Leiria. A estada forneceu o material para criar o ambiente provinciano e devoto em que se passa a ação de O Crime do Padre Amaro.
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Ainda em 1870,escreveu, com Ramalho Ortigão, uma série de folhetins que recebeu o nome de O Mistério da Estrada de Sintra. A colaboração entre os dois continuou no ano seguinte, com uma publicação de crítica política e social: As Farpas.
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O próprio Eça pronunciou uma das palestras, sobre o realismo como nova expressão artística. Esses intelectuais inspiravam-se em movimentos de transformação da época, como a Comuna de Paris, buscando actualizar Portugal.Ficou conhecido como a geração de 70.
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Eça ingressou na carreira diplomática, tendo sido nomeado cônsul em Havana (capital de Cuba, na época colônia espanhola), em 1872. Nesse período, fez uma longa viagem pelos Estados Unidos e pelo Canadá e redigiu a primeira versão de" O Crime do Padre Amaro"
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Em Dezembro de 1874 foi transferido para Newcastle, na Inglaterra, onde escreveu O Primo Basílio.
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Eça escreveu os Mias trata-se da obra-prima publicada em 1888, e uma das mais importantes de toda a literatura narrativa portuguesa. Vale principalmente pela linguagem em que está escrita e pela fina ironia com que o autor define os caracteres e apresenta as situações. É um romance realista (e naturalista), onde não faltam o fatalismo, a análise social, as peripécias e a catástrofe próprias do enredo passional.
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Em 1878 seguiu para Bristol. Dez anos depois foi deslocado para Paris, onde permaneceu até morrer, em 16 de Agosto de 1900