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José Maria de Eça de Queiroz nasce clandestino em casa de uns parentes na Praça do Almada, na Póvoa de Varzim, Portugal. O pai era um magistrado e a mãe era filha de um oficial do exército.
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Batizado sem a presença dos pais (no registo de batismo: filho natural de José Maria Teixeira de Queirós e mãe incógnita) na Vila do Conde
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Quatro anos depois, o avô morre e os seus pais casam (mas só é assumido filho legítimo muitos anos depois).
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Cresce com uma ama que lhe morre cedo também. Eça muda-se depois para o solar dos avós paternos, casa de Verdemilho em Aradas, em Aveiro, onde vive até aos 10 anos (educado por estes).
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Foi muito novo para um colégio interno estudar (Colégio da Lapa, no Porto), onde vive em regime de internato com rotinas rígidas, até 1861. Lá, faz amizade com Ramalho Ortigão, filho do diretor da escola e com os irmãos Resende, Luís e Manuel - que virão a ser seus futuros cunhados.
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Com 16 anos, ingressa no curso de Direito da Universidade de Coimbra, onde se envolveu em atividades literárias e artísticas. Lá conhece Teófilo Braga e Antero de Quental, entre outros, que viriam mais tarde a constituir o grupo de intelectuais celebremente conhecido como «Geração de 70». É neste meio universitário que surgem os primeiros escritos jornalísticos.
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Eça tinha 21 anos e chegava a Lisboa. Concluída a formação em Coimbra, viera viver, finalmente, com os pais (4º andar, 26, Rossio).
Percorre Lisboa com os amigos do futuro Cenáculo (grupo de intelectuais). Pesquisa, socializa e peregrina em torno da literatura. Torna-se sócio nº19 do Grémio Literário, fundado por Almeida Garret. -
Começa a trabalhar como advogado e jornalista: inscreve-se como advogado no Supremo Tribunal de Justiça e inicia a publicação de folhetins no jornal Gazeta de Portugal num total de 10 artigos.
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Trabalha nos jornais. Torna-se redator do Districto de Évora, e colabora em publicações periódicas. Porém, continua a colaborar esporadicamente em jornais e revistas ocasionalmente durante toda a vida. Mais tarde fundaria a Revista de Portugal.
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Inicia a sua atividade como advogado. Em julho, deixa a direção do Districto de Évora, regressa a Lisboa e retoma a sua colaboração na Gazeta de Portugal de Outubro a Dezembro. No final do ano forma-se o «Cenáculo», contando-se Eça de Queiroz entre os primeiros membros.
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É enviado para a inauguração do canal do Suez, em reportagem, indo com Luís de Resende. A viagem de seis meses ao Egito e à Terra Santa são marcantes. O contacto com o Oriente vai contribuir para trocar a visão romântica do mundo pela realista. Aproveitou as notas de viagem para alguns dos seus trabalhos, o mais notável dos quais o O Mistério da Estrada de Sintra (1870) e A Relíquia (1887). Regressa a 3 de janeiro de 1870.
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Presta provas para cônsul de 1ª classe no Ministério dos Negócios Estrangeiros, ficando classificado em primeiro lugar.
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Eça parte para Leiria, nomeado Administrador do Conselho.
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Ingressou no Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal e foi designado para Havana, Cuba, como cônsul adjunto, durante 2 anos.
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Transfere-se para Newcastle-upon-Tyne, Inglaterra, onde serviu como cônsul de Portugal. Durante esse período, teve a oportunidade de aprofundar seu conhecimento sobre a cultura e a sociedade inglesa. Este é o seu período mais produtivo.
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Publicou sua primeira obra importante, O Crime do Padre Amaro, que foi bem recebida pela crítica.
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É transferido para Bristol, onde a angústia passa. Os anos mais produtivos de sua carreira literária foram passados na Inglaterra (1874-1878).
Publicação da obra O Primo Basílio. -
Publica a obra O Mandarim.
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Eça frequenta a casa de Canelas dos Conde de Resende, a convite do seu amigo Luís Resende (seu companheiro de viagens). Começa a interessar por Emília de Castro, irmã de Luís e filha dos Conde Resende.
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Aos 40 aos, é finalmente reconhecido legalmente como filho dos seus pais, graças ao papéis do seu casamento com Emília de Castro.
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Durante os preparativos para o casamento com Emília, instala-se no Porto. Casa-se com Emília de Castro Pamplona de Resende, com quem teve quatro filhos, no oratório particular da Quinta de Santo Ovídio, no Porto.
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Parte em lua de mel com Emília pela Europa.
Regressam brevemente a Bristol, mas mudam-se para Londres, por insistência dela. Em Londres, dá por concluído, por fim, o colossal manuscrito dos Maias. -
Os Maias é pulicado em 1888, que se revela um insucesso em Portugal. Atualmente, Os Maias é considerado uma das suas obras-primas e uma das maiores realizações da literatura portuguesa.
Nesse ano, é nomeado cônsul-geral de Portugal em Paris, uma posição que lhe permitiu continuar a sua carreira literária e manter o contacto com a elite cultural europeia. -
Eça vai a Santa Cruz do Douro visitar umas propriedades que a mulher receberia em herança, com a cunhada. Ali refugia-se muitas vezes, mesmo vivendo em Paris; que virá a ser Tormes da obra A Cidade e as Serras.
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Prepara, em simultâneo, a publicação de três romances: «A correspondência de Fradique Mendes», «A Cidade e as Serras» e «A Ilustre Casa de Ramires».
Em maio, Eça faz a sua última visita a Lisboa e a Tormes d’ «A Cidade e as Serras». Regressa a França, via Salamanca. -
No final de julho esteve na Suíça.
Regressa Paris a 13 de agosto, num estado lastimável, magríssimo e com má cor. Chamado o Dr. Bouchard, este apercebe-se de que Eça estava à beira da morte. -
Publica a sua última obra, enquanto vivo, A Ilustre Casa de Ramires.
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A partir desta época, apresenta sintomas bastante debilitantes.
Consultado pelo Dr. Charles Bouchard, é-lhe diagnosticado uma enterocolite, sendo recomendado repouso e cuidados. -
Eça de Queirós falece na sua casa em Neuilly-sur-Seine, França, aos 54 anos.
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Publica a sua última obra concluída, A Cidade e as Serras, que é uma sátira à vida urbana e uma celebração da vida rural.