A ano da morte de ricardo reis

O ano da morte de Ricardo Reis (cap.XIII)

  • 1- Regresso de Ricardo Reis do seu jantar

    1- Regresso de Ricardo Reis do seu jantar
    " [...] Regressava Ricardo Reis do seu jantar, sopa, um prato de peixe, pão, fruta, café, sobre a mesa dois copos, último sabor que leva na boca, como ficamos cientes, é o do vinho, mas deste freguês que um só criado possa afirmar [...] "
  • 2- O 7º reencontro de Ricardo Reis e Fernando Pessoa

    2- O 7º reencontro de Ricardo Reis e Fernando Pessoa
    " [...] Sempre tem estado lúcido quando lhe aparece Fernando Pessoa, está lúcido agora quando o vê sentado, de costas, no banco mais próximo do Adamastor, é inconfundível aquele pescoço alto e delgado [...] "
    " [...] Ricardo Reis sentou-se ao lado de Fernando Pessoa no escuro da noite, sobressai a brancura da cara e das mãos, a alvura da camisa, o resto confunde-se, mal se distingue o fato preto da sobra que a estátua projeta, não há mais ninguém no jardim [...] "
  • 3- Diálogo entre Ricardo Reis e Fernando Pessoa

    3- Diálogo entre Ricardo Reis e Fernando Pessoa
    " [...] Aqui há dias vim visitá-lo, mas quando cheguei à sua porta percebi que você estava ocupado com a Lídia, por isso retirei-me [...] "
    " [...] E aquela rapariga simpática, fina, a do braço paralítico, você chegou a dizer-me como ela se chamava, Marcenda…
    Encontrei-me da última vez que esteve em Lisboa, o mês passado, você gosta dela, não sei, e da Lídia, gosta, é diferente, mas gosta, ou não gosta, até agora o corpo não se me enganou [...] "
  • 4- Chegada ao apartamento de Ricardo Reis

    4- Chegada ao apartamento de Ricardo Reis
    " [...] Hoje não espera visitas, não, e pode lá ficar, como no outro dia, também se sente só esta noite, ao ponto de implorar companhia, não, é apenas por pensar que às vezes a um morto há de apetecer estar sentado numa cadeira, num sofá, debaixo da telha, confortável [...] "
  • 5- Conversa com Fernando Pessoa, sobre temas atuais

    5- Conversa com Fernando Pessoa, sobre temas atuais
    " [...] Diga-me, Fernando, quem é, que é este salazar que nos calhou em sorte, é o ditador português, o pai, o professor, o poder manso, um quarto de ser cristão, um quarto de sibila, um quarto de Sebastião, um quarto de sidónio, o mais apropriado possível aos nossos hábitos índole [...] "
  • 7- Guerra civil em Espanha

    7- Guerra civil em Espanha
    " [...] Então cá vou, até um dia destes e obrigado pela sua paciência, o mundo ainda está pior do que quando deixei, e essa Espanha, de certeza, acaba em guerra civil [...] "
  • 6- Hitler e o modelo nazista na Alemanha

    6- Hitler e o modelo nazista na Alemanha
    " [...] Quando Hitler fala é como se a abóbada de um templo se fechasse sobre a cabeça do povo alemão [...] "
    " [...] E von Schirach vai mais longe, afirma que se a juventude amar Hitler, que é seu Deus, se se esforçar por fielmente o servir, cumprirá o preceito que recebeu do padre eterno, magnifica lógica, para a juventude Hitler é um Deus, servindo-o fielmente cumpre um preceito do Padre Eterno [...] "
  • 8- A chegada de Lídia ao apartamento de Ricardo Reis

    8- A chegada de Lídia ao apartamento de Ricardo Reis
    " [...] Ricardo Reis ouviu-a a entrar, chamou com voz ensonada, e ela apareceu entre portas, ainda com a chave, o pão, o leite e o jornal nas mãos, disse, bom dia, senhor doutor, ele respondeu, bom dia, Lídia, foi assim que se trataram no primeiro dia e assim irão continuar [...]"
    " [...] Namorados já tu aqui tens, e quanto ao casamento, ainda bem que falas nisso, um destes dias teremos e falar do nosso futuro, limita-se a sorrir, a olhar para ela com uma expressão subitamente paternal [...] "
  • 9- O balão dirigível de Zeppelin

    9-  O balão dirigível de Zeppelin
    " [...] Viu ontem o balão, qual balão o Zepelim, passou mesmo por cima do hotel, não vi, mas estava vendo agora, ma página aberta do jornal, o gigante, adamastórico dirigível, Graf Zeppelin, do nome, o título do seu construtor, conde Zeppelin, general e aeronauta alemão, ei-lo a sobrepovoar a cidade de Lisboa [...] "
  • 10- Aparecimento de Marcenda no consultório de Ricardo Reis

    10- Aparecimento de Marcenda no consultório de Ricardo Reis
    " [...] Foi três dias depois que Marcenda apareceu no consultório. dissera à empregada que queria ser atendida em último lugar, aliás não vinha como paciente [...] "
    " [...]Ricardo Reis segurou-lhe a mão esquerda, levou-a aos lábios, depois bafejou-a muito devagar como se estivesse a reanimar uma ave transida, no instante seguinte era a boca de Marcenda que ele beijava, e ela a ele, segundo e já voluntario beijo [...] "