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João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu a 4 de fevereiro de 1799, na antiga Rua do Calvário, n.ºs 18, 19 e 20 (actual Rua Dr. Barbosa de Castro, n.ºs 37, 39 e 41), na freguesia da Vitória, no Porto.
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Em 1816 foi para Coimbra, onde acabou por se matricular no curso de Direito
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Em 1818 adoptou em definitivo os apelidos Almeida Garrett (Garrett seria o apelido da sua avó paterna, que tinha vindo para Portugal no séquito de uma princesa), pelos quais ficou para sempre conhecido, passando a assinar-se João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett.
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Almeida Garrett participou na revolução liberal de 1820, de seguida foi para o exílio na Inglaterra em 1823, após a Vilafrancada. Antes casou-se com uma muito jovem senhora Luísa Midosi, que tinha apenas 14 anos. Foi em Inglaterra que tomou contacto com o movimento romântico, descobrindo Shakespeare, Walter Scott e outros autores e visitando castelos feudais e ruínas de igrejas e abadias góticas, vivências que se reflectiriam na sua obra posterior.
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Em 1821 publicou O Retrato de Vénus, trabalho que fez com que fosse processado por ser considerado materialista, ateu e imoral, tendo sido absolvido.
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Em 1824, pode partir para França e assim o fez, nessa viagem escreveu o muitíssimo conhecido Camões (1825) e Dona Branca (1826, não tão conhecido como o anterior mas não menos importante), poemas geralmente considerados como as primeiras obras da literatura romântica em Portugal.
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No ano de 1826 foi chamado e regressou à pátria com os últimos emigrados dedicando-se ao jornalismo, fundando e dirigindo o jornal diário O Português (1826-1827) e o semanário O Cronista (1827). Também colaborou na Revista Universal Lisbonense2 (1841-1859) e na Semana de Lisboa3 (1893-1895).
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Teria de deixar Portugal novamente em 1828, com o regresso do Rei tradionalista D. Miguel. Ainda no ano de 1828 perdeu a sua filha recém-nascida. Novamente em Inglaterra, publica Adozinda (1828).
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Dá inicio ao seu projecto de regeneração do teatro português, levando à cena em 1838 Auto de Gil Vicente, pouco antes Filipa VIlhena e em 1842, O alfageme de Santarém, todas sobre temas da história de Portugal.
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Em 1844 é publicada a sua obra-prima, Frei Luis de Sousa, que um crítico alemão, Otto Anstscherl, considerou a "obra mais brilhante que o teatro romântico produziu". Estas peças marcaram uma viragem na literatura portuguêsa não só na selecção dos temas, que preveligiam a história nacional em vez da antiguidade clássica, como subretudo na liberdade da acção e na naturalidade dos diálogos.
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Fundou o Jornal "Regeneração" em 1851 a propósito do movimento político da regeneração.
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Faleceu a 9 de dezembro de 1854, vítima de um cancro de origem hepática, na sua casa situada na atual Rua Saraiva de Carvalho, em Campo de Ourique, Lisboa.
Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, tendo sido trasladado a 3 de Maio de 1903 para o Mosteiro dos Jerónimos. Os seus restos mortais foram posteriormente trasladados para o Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia aquando do término deste edifício.