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O aparecimento das primeiras publicações empresariais especificamente direcionadas para o público interno e externo deu-se no século XIX. Esse movimento foi liderado pelos Estados Unidos, com o aparecimento, em 1847, da publicação The Mechanic, editada pela empresa H. B. Smith Company e dirigida aos seus clientes.
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Nos EUA, Phineas Taylor Barnum transformou o Circo Barnum em uma instituição nacional graças a um trabalho intenso de divulgação e assessoria. A campanha era tão intensa que não dava tempo
para ninguém pensar nos brutais métodos de treinamento dos animais e nas rigorosas condições de trabalho de toda a equipe. O sucesso desse grupo de agentes levou ao aparecimento de milhares de publicistas em muitas áreas, inclusive nas dos negócios e da política. -
A Europa não ficou à margem desses desenvolvimentos nas relações públicas empresariais. Assim, em 1865, a empresa inglesa Hazell, Watson & Linney Ltd. lançou a Hazell’s Magazine; em França, a seguradora La Populaire lançou o periódico Le Chant du Coq poucos anos depois.
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Em 1897, a Association of American Railroads usou o termo public Relations para se referir às atividades que visavam ter êxito em divulgação e conquistar a opinião pública por meio da mídia.
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Nos EUA, o jornalista Ivy Lee inaugurou uma boa relação entre empresas e imprensa. Contratado pela Pennsylvania Railroad, em 1906, para assessorá-la no caso do grave acidente de Gap, Lee anunciou que se empenharia em ajudar os repórteres. Ele inovou: levou repórteres à área e facilitou entrevistas com os dirigentes da empresa. Resultado: a transparência no trato com a imprensa fez a Pennsylvania Railroad sumir das manchetes escandalosas.
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A Primeira Guerra Mundial foi um campo fértil para o desenvolvimento das técnicas de promoção, propaganda e assessoramento de relações públicas e imprensa. O período de crise que se sucedeu ao conflito impulsionou o aparecimento de novos jornais de empresa devido às necessidades de apaziguar as tensões sociais e de combater, no terreno ideológico, as reivindicações dos trabalhadores, sindicatos e ex-combatentes. A informação ao público passou a fluir pelas assessorias de imprensa.
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A Conferência de Paz de Paris, em 1919, é apontada como símbolo no relacionamento entre governo e imprensa, embora os jornalistas que participaram da cobertura tenham-se levantado em protesto por terem sido mantidos afastados do que se passava nas reuniões
secretas. -
O jornalista Silas Bent disse que pelo menos 147 das 255 matérias publicadas pelo New York Times no dia 29 de dezembro de 1926
foram originadas pelos assessores de imprensa. Em 1930, o cientista político Peter Odegard estimou em 50% a proporção das notícias fornecidas pelas agências de relações públicas. -
O período de expansão econômica do pós-guerra trouxe consigo nova explosão da imprensa empresarial. Em 1948, seguindo a direção proposta pelos pais da integração europeia, fundou-se em Paris a Federation of European Industrial Editors Association. Essa organização funciona como um espaço para debate entre os responsáveis por essas publicações. Na Europa, segundo dados da FEIEA, estavam legalmente registados, em 1990, cerca de 5.600 títulos de jornalismo empresarial.
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A grande preocupação nos anos 50 e 60 era o controle cada vez maior da notícia no setor executivo através da assessoria de imprensa. Em 1955, James Reston, em testemunho na comissão do Congresso sobre informação governamental, cunhou o termo manipulação da notícia - temor que se repetia também na Europa. Reston disse: "Eu queria chamar
a atenção para outro importante aspecto do problema que é a crescente tendência para manipulação da notícia". -
Em 1988, a Public Relations Society of America (PRSA) adotou a seguinte definição de RP: “Relações públicas são uma atividade que ajuda uma organização e seu público a se adaptarem mutuamente.” Aí estão implicadas as funções essenciais de pesquisa, planejamento, diálogo e avaliação. As palavras-chave são organização, em vez da limitada implicação de companhia ou negócio, e públicos, o que reconhece que toda organização tem
múltiplos públicos dos quais precisa de aprovação e apoio. -
O jornalismo e a assessoria de imprensa estão estreitamente correlacionados. Os assessores de imprensa têm de esforçar-se por manter um fluxo regular honesto e autorizado de informação de qualidade, pois só dessa forma garantem o acesso aos média e à credibilidade pública. Os jornalistas possuem o poder de selecionar e processar as informações fornecidas e de negociar os significados, já que podem impor determinados enquadramentos a essas informações. Assim, todos se beneficiam.