Linha do tempo da Epidemiologia

  • 377 BCE

    Hipócrates - Considerado o autor dos fundamentos que estão na origem do denominado pensamento epidemiológico.

    Perspectiva racional, em vez de se fundamentar em argumentos sobrenaturais
  • 200 BCE

    Pré-história da Epidemiologia e da Demografia

    Em 1850 foram realizados os censos e decretou-se uma reforma sanitária em que as estatísticas vitais foram usadas para apoiar deduções acerca do crescimento populacional, os padrões de saúde e de doenças, bem como das políticas de saúde.
  • John Graunt: Primeiro epidemiologista a realizar estatísticas demográficas

    Graunt afirmava que os acontecimentos da vida humana são mensuráveis e, como consequência dessas medições, podia definir-se e prever-se o risco de ocorrerem determinados eventos, bem como de se desenvolverem determinadas tendências.
  • Thomas Sydenham: distinguiu diferentes doenças, incluindo algumas de natureza psicológica

    Propôs alguns tratamentos rejeitados por outros médicos na época,
    nomeadamente o exercício e a dieta saudável.
  • James Lind: desenhou e desenvolveu o primeiro ensaio clínico controlado

    Este ensaio se deu através da divisão de uma amostra de marinheiros com escorbuto em grupos que receberam tratamentos diferentes. A sua principal conclusão foi que aqueles que tinham consumido citrinos, haviam sido curados.
  • Edwin Chadwick: fundador da saúde pública

    Advogou o conceito e a prática da saúde pública. Referência importante na legislação humanitária.
  • William Farr: fundador da epidemiologia moderna

    Defendeu a ideia de que algumas doenças, principalmente as crónicas, teriam uma etiologia multifatorial. Desenvolveu um sistema moderno de estatística. Além disso, criou os denominados indicadores de saúde.
  • John Snow: pai da epidemiologia moderna

    Snow se notabiliza através da investigação analítica dos surtos de cólera como rejeição à teoria miasmática. Examinou as águas como possível meio de transmissão, abrindo assim caminho à futura identificação do seu agente causador, o Vibrião cholerae, por Robert Koch, em 1883.
  • Ignaz Semmelweis: se destacou pelo seu trabalho sobre a prevenção da transmissão das doenças

    Descartando a teoria miasmática e outras teorias correntes, Semmelweis considerou a possibilidade de o contágio ter origem em tecidos contaminados transmitidos de mulher para mulher e ainda através das mãos e instrumentos contaminados, usados pelos profissionais. Introduziu a
    prática da lavagem das mãos com cal clorada e, dessa forma, conseguiu comprovar a sua teoria e estabelecer um método eficaz de prevenção de doenças.
  • Florence Nightingale: pioneira na criação de métodos de apresentação de dados

    Destacou-se pelos métodos inovadores de tratamento de feridos de guerra, durante a guerra da Crimeia. Responsável pela implementação de normas de gestão e administração hospitalar. Foi ainda pioneira na criação de métodos de apresentação de dados, como é o caso dos gráficos setoriais, facilitando a interpretação dos resultados e a sua análise estatística.
  • Louis Pasteur: grande evolução devido ao desenvolvimento do conhecimento a nível celular, molecular e bioquímico

    Contribuiu grandemente para a teoria dos germes. Responsável pelo desenvolvimento do processo de pasteurização. Ideia da criação de formas atenuadas de microrganismos para promover a vacinação.
  • Robert Koch: isolou e identificou o bacilo do antraz e foi o primeiro a fotografar

    Comprovou a existência dos microrganismos causais da doença, mostrando a transmissibilidade e reprodutibilidade em experiências animais e acabando também por descobrir a existência de formas esporuladas no ciclo de crescimento dos mesmos.
  • Era Microbiológica

    Momento de reconhecimento dos microrganismos como causadores específicos e necessários para o desenvolvimento de algumas doenças.
  • Era da Epidemiologia das Doenças Crônicas

    Os epidemiologistas reformulam o conceito de causalidade específica e surge uma nova abordagem para a compreensão dos problemas da Saúde Pública assente em modelos multicausais, baseados em fatores de risco e orientados no sentido de perceber os motivos pelos quais, numa mesma população, o risco de doença é variável de pessoa para pessoa.
  • Richard Doll e Bradford Hill: desenvolvimento de estudos epidemiológicos observacionais

    Doll e Hill desenvolveram um estudo caso-controle, comparando um grupo de indivíduos com cancro de pulmão a um grupo sem esta doença e concluíram que a diferença substancial correspondia à presença ou não dos hábitos tabágicos.
  • Eco-Epidemiologia

    A eco-epidemiologia incorpora, na epidemiologia, o conceito de ecologia humana, reforçando a ideia de que a análise dos determinantes da saúde deve ser diferente de acordo com o tipo de abordagem: ao nível individual ou ao nível populacional. A adoção do paradigma eco-epidemiologia não corresponde à criação de mais estudos de natureza ecológica, mas antes ao centrar da discussão na análise da explicação das doenças ao nível das organizações,
    dentro e fora dos indivíduos.