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Foi aí que surgiu a cidade dos mortos (uma forma de reverenciar os corpos enterrando-os em determinada localidade); também foi nesse período que os homens se aglomeraram em cavernas como forma de abrigo, de procriação, de rituais e de arte - apesar da caverna não apresentar caráter de moradia fixa. -
Nesta “etapa” ocorre a domesticação de animais, reprodução de mudas de plantas para plantio, criação de animais em rebanho - o homem teve que alocar-se numa determinada área para acompanhar as fases de crescimento dessas plantas além de protegê-las de ataques de animais e povos nômades; e a este último fator, coube ao caçador fazê-lo; e este, devido a sua força e experiência em batalhas, exigiu obediência dos demais aldeões. -
O caçador apresenta-se como “chefe político” e depois rei; atrelado a uma relação de dominação surgiram os tributos que nada mais são que o excedente da produção que deveria ser destinado ao “caçador chefe político-rei” (relação de exploração). Aí se organizou o processo de produção, distribuição e apropriação da riqueza, através do domínio político e social, dando início a formação da cidade. -
Na Babilônia já havia certo domínio do campo pela cidade; todo o excedente produzido era destinado às elites que viviam no centro das cidades, desta maneira fortaleciam o poder político dos governantes, criando domínio sobre outras cidades e assim constituindo impérios. Esses impérios tiveram importância no processo de urbanização, pois cooperaram com o aumento de cidades e da ampliação e manutenção de domínios além do comércio, Roma é exemplo disso, com poder centralizado e divisão do trabalho. -
Com a queda, Roma perdeu hegemonia sobre boa parte do território europeu e bacia do Mediterrâneo. As cidades entraram em decadência. Um dos principais fatores foi a ausência do comércio entre as cidades; sem a proteção do império, tornava-se perigoso transportar mercadorias a longas distâncias. O bloqueio imposto pelos islâmicos aos cristãos no Mediterrâneo foi o fator crucial que desarticulou a economia das cidades. Com o fim da atividade comercial instalou-se o feudalismo. -
O aumento da população, a ascensão da burguesia, a abertura do Mediterrâneo, impulsionaram um certo êxodo rural e consequentemente o aumento das cidades, pois o comércio e as atividades voltaram a se concentrar nos “aglomerados”. -
Os comerciantes estavam reunidos nas cidades, suas riquezas acumuladas estavam ali, o excedente alimentar era comercializado e a terra arrendada, transformada em mercadoria. O objetivo era produzir mercadorias para acumulação de lucro através do comércio; este era feito entre as várias cidades. Obviamente, há mudança na estrutura das cidades e da sociedade, das classes sociais, uma “sofisticação” das atividades. É a partir daí que ocorre determinado processo de urbanização. -
Esse período concitou o processo de industrialização - novo modo de produção diferente do campo; as cidades são sua base territorial, pois capital e trabalho estavam lá. O processo de industrialização intensificou-se na Europa, o campo perdeu muitos habitantes e as cidades tiveram aumento de população - o papel das cidades tornava-se primordial no sistema capitalista industrial e concorrencial; é ali que se estabeleceram os capitalistas e as sedes dos Estados Modernos. -
Através da divisão social do trabalho, as indústrias concentram-se na multiplicação do modo de vida capitalista; a “inovação” não pode parar, há uma necessidade de mais tecnologia para servir, ampliar e facilitar o crescimento do capital, resultando também em espaços diferenciados e/ou desiguais - hoje o mundo configura-se por redes e fluxos, que encurtam a distância para melhor circulação de capital; uma sociedade urbana. O urbano, neste caso, se relaciona à industrialização e ao capital.