A história dos surdos no Brasil e no mundo

  • 3000 BCE

    Egito

    Os Surdos eram adorados como se fossem deuses.
  • 3000 BCE

    Grécia

    Os Surdos eram considerados como seres incompetentes.
  • 3000 BCE

    Roma

    Por serem considerados imperfeitos, eram privados dos seus direitos legais e, muitas vezes, sua condição lhes custava a vida.
  • 470 BCE

    Sócrates

    Mostrava um entendimento diferente em relação
    ao sujeito Surdo e suas possibilidades. Ele acreditava que “se não tivéssemos voz nem língua, mas
    apesar disso desejássemos manifestar coisas uns para os outros, não deveríamos, como as pessoas
    que hoje são mudas, nos empenhar em indicar o significado pelas mãos, cabeça e outras partes do
    corpo? ”
  • 355 BCE

    Aristóteles

    Acreditava que quando alguma pessoa não falava,
    consequentemente não possuía linguagem e tampouco pensamento. Tal pensamento considerava
    o Surdo como não competente, incapaz, um ser sem pensamento, porque, segundo pensava-se, a
    linguagem dava ao homem a condição humana para o indivíduo.
  • 1500

    Girolamo Cardano

    Apontado como um dos primeiros educadores de Surdos, já afirmava no século XVI que a surdez não era impedimento para
    o Surdo aprender e que o melhor meio para isso acontecer seria por meio da escrita.
  • 1520

    Pedro Ponce de Leon

    Reconhecido oficialmente como o primeiro professor de Surdos da história, ensinou nobres Surdos
    a ler, a escrever e a contar com o apoio de gestos utilizados em alguns mosteiros, como resultado
    da regra de silêncio ali imposta. Ele utilizava também a soletração manual para aprendizagem da
    palavra falada.
  • 1579

    Juan Pablo Bonet

    Soldado e filósofo espanhol, publicou, em
    1620, um livro sobre método de ensino aos Surdos denominado Reducción de las Letras y Arte para Enseñar a Hablar lós mudos, no qual defendia que o Surdo não deveria ser considerado como
    um ser incapaz de falar e de refletir, mas sim com capacidade de aprender as línguas e as ciências.
  • Samuel Heinicke

    Conhecido como fundador do oralismo, que ganhou notoriedade por fazer os Surdos falarem, retomando o pensamento dominante na
    antiguidade greco-romana.
  • Abade de L’Epée

    Fundou a primeira escola para Surdos, em Paris. Esse abade afirmava que “o único meio de restituir os Surdos-mudos
    à sociedade é eles aprenderem a se exprimir de viva voz e a ler as palavras sobre os lábios”.
  • Jean Marie Gaspar Itard

    Incorporou-se ao Instituto Nacional de Surdos de Paris, após ver fracassar suas tentativas para a curada surdez. O seu trabalho consistia no treinamento da sensibilidade auditiva, na aquisição da fala e no aproveitamento dos resíduos auditivos.
  • Laurent Clerc

    Chegou aos Estados Unidos, em 1816, exerceu influência imediata nos professores americanos que até então nunca haviam estado na presença de um Surdo cuja inteligência e educação eram tão notáveis.
  • Thomas Gallaudet

    Clerc fundou, em 1817, o American Asylum for the Deaf, em Hartford. O êxito imediato da instituição desencadeou a abertura de novas escolas por toda parte onde havia população suficiente de
    Surdos. O aumento da alfabetização e da educação entre os Surdos foi tão grande nos Estados Unidos quanto fora na França que logo foi difundida por outras partes do mundo
  • Friedrich Bezold

    Trabalhou exaustivamente na criação de um aparelho que é conhecido como escala contínua de sons. Bezold realizou uma investigação com os alunos Surdos do Instituto de
    surdos-mudos de Munique e percebeu que nem todos os alunos eram Surdos profundos, pois alguns possuíam resíduos que permitiam perceber os sons. A partir desses resultados, Bezold
    concluiu que era necessário retirar os alunos que possuíam bons resíduos auditivos das instituições de surdos-mudos.
  • Hernest Huet

    Veio para o Brasil, a convite de D. Pedro II, para fundar a primeira escola para meninos Surdos de nossopaís: Imperial Instituto de Surdos-Mudos. O instituto iniciou suas atividades com a utilização da língua de sinais como meio de acesso aos conteúdos curriculares. A partir de então os Surdos brasileiros passaram a contar com uma escola especializada para sua educação e tiveram a oportunidade de criar uma língua de sinais.
  • Universidade Gallaudet

    O congresso americano autorizou o funcionamento da primeira instituição de ensino superior especificamente para Surdos, o colégio Gallaudet, atualmente Universidade Gallaudet, em
    Washington. Esta é até hoje a única universidade de ciências humanas para alunos Surdos, onde a língua de instrução é a língua de sinais,
  • Dr. Tobias Leite

    O ministro do Império, Fernando Torres, designou ao chefe da seção da Secretaria do Estado, Dr. Tobias Leite, a tarefa de elaborar um relatório minucioso sobre as condições do Instituto. Como novo diretor, Tobias Leite implementou uma séria de iniciativas com o objetivo de melhorar a rotina da Instituição. Uma das metas principais foi a de oferecer o ensino profissionalizante, pois acreditava que o Surdo deveria dominar um ofício para garantir sua sobrevivência.
  • Primeiro Congresso Internacional de Surdos-Mudos

    Nesse evento circulava a perspectiva de que o melhor método de ensino seria aquele que combinasse articulação labial para leitura das palavras ao uso de gestos como medida de auxílio entre
    professores e alunos Surdos.
  • Segundo Congresso Internacional de Surdos-Mudos

    Em Milão, foi rechaçado o uso simultâneo de fala e do gesto e o método recomendado foi o oral puro.
  • Terceiro Congresso Internacional de Surdos-Mudos, em Bordeaux

    A partir desse momento a filosofia oralista ganhou sobreposição a outras, sendo proibido, oficialmente, o uso das línguas de sinais.
  • Dr. Menezes de Vieira.

    As decisões do Congresso de Milão, em 1883, repercutiram no Instituto de Surdos-Mudos no Brasil e diversas mudanças administrativas e pedagógicas trouxeram novas dinâmicas ao Instituto, que passou a adotar, em 1911, o oralismo puro como metodologia oficial de ensino e defendida pelo Dr. Menezes de Vieira.
  • Dr. Armando, de Paiva Lacerda e Dr. Henrique Mercaldo

    Dr. Armando, de Paiva Lacerda e Dr. Henrique Mercaldo, tiveram seus trabalhos de reeducação auditiva reconhecidos no âmbito científico. O reconhecimento do trabalho foi tão grande, que Vargas nomeou o Dr. Armando diretor do Instituto. Dr. Armando elaborou um plano de atendimento diferenciado que dividia os alunos entre os que tivessem aptidão para a linguagem articulada e os que só poderiam ser trabalhados pela escrita, ideia defendida em seu livro.
  • Ana Rímola de Faria Daoria

    Ano do centenário do Instituto, sob a direção de Ana
    Rímola de Faria Daoria, foi assinado um decreto imperial, Lei nº 3.198, de 6 de julho, que mudou o nome do “Imperial Instituto dos Surdos-Mudos” para “Instituto Nacional de Educação dos Surdos” –
    INES – uma vez que a denominação “surdo-mudo” já não condizia com as novas concepções de surdez e de mudez.
  • Willian Stokoe

    Publicou, em 1960, o artigo Sign Language Structure: An Outline of the Usual Communication System of the American Deaf, demonstrando que a American Sign Language (ASL), a Língua de Sinais usada pelos Surdos americanos, era tão legítima quanto as línguas orais.
  • Ivete Vasconcelos

    Com a visita de Ivete Vasconcelos, educadora de Surdos da
    Universidade Gallaudet, chegou ao Brasil a filosofia da Comunicação Total, que foi a pioneira na estimulação precoce de bebês Surdos.
  • Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis)

    Foi criada a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), que tem por objetivo a defesa e a luta dos direitos da comunidade surda brasileira, com a finalidade de promover e assessorar a educação e a cultura de pessoas surdas, incentivando o uso e a divulgação da Libras.
  • Criação de políticas públicas brasileiras

    Importantes movimentos sociais da comunidade surda
    conseguiram respaldar seus direitos por meio da criação de políticas públicas brasileiras, organizadas pela busca por respeito linguístico, cultural e identitário. Tais políticas visavam melhorias na participação dos Surdos no âmbito social, profissional e educacional.