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480 BCE
Marco hitórico de nascimento da retórica
Costuma-se apresentar como marco histórico de nascimento da retórica o
período que sucede a batalha de Salamina (480 a.C.), quando finalmente os
persas foram expulsos da região. -
476 BCE
A garantia da justiça por meio da palavra
Por volta de 476 a.C., encerrado o período de
tirania a que foram submetidos por Trasíbulo, os cidadãos que haviam sido
despojados de suas terras instauraram diversas causas com o objetivo de reaver
suas propriedades, fato que gerou inúmeros conflitos judiciários cujas propostas
de acordos eram discutidas e aprovadas em júris populares.
Em auxílio aos camponeses sicilianos, surge Córax com o objetivo de lhes
ensinar a arte de persuadir. -
444 BCE
À semelhança de Górgias
No apogeu de sua carreira (em torno de 444
a.C.), foi responsável, como legislador, pela elaboração da constituição da cidade
de Túrios (construída no golfo de Tarento, após destruição sofrida no início do
século), quando esta foi fundada. -
427 BCE
Górgias, o solfista
Górgias, o Sofista, nascido na Sicília, chegou a Atenas em 427 a.C., em
companhia do retor Tísias, com uma missão: solicitar para seus compatriotas a
aliança de Atenas contra Siracusa.
Com Górgias, surge uma nova fonte da retórica: estética e literária.
Inaugura-se a retórica a serviço do belo, transformando a arte oratória em uma
arte do estilo. -
390 BCE
Isócrates como primeiro a esboçar uma reação contra os sofistas
em seu Elogio de Helena,
critica o excesso de tecnicismo desses retores, a sua pretensão de construir
discursos intrinsecamente válidos. Para o “elegante estilista da arte de dizer”, a
beleza dos discursos está condicionada não apenas à sua adequação às
circunstâncias e ao tema como também à originalidade com que se apresenta,
sem falar na observância da ordem moral. -
356 BCE
Platão
-Sanciona o divórcio entre a filosofia e a retórica;
-Tenta mostrar que a retórica não satisfaz as condições necessárias para que seja considerada uma technê, constituindo apenas uma habilidade um tanto perigosa de se ter, tanto para o próprio orador como para seu público, pois dá a um ignorante o poder de parecer ter mais conhecimento do que alguém que efetivamente o tem;
-Apresenta a retórica como imoral, no sentido de que apenas lisonjeia sem se preocupar com o verdadeiro bem;
-etc -
352 BCE
Aristóteles
Com o objetivo de contrapor-se às concepções de retórica construídas nos manuais empíricos elaborados por seus predecessores, o filósofo grego escreve Arte retórica, obra
composta por três livros.
O filósofo estagirita restaura o caráter utilitário da retórica, apresentando-a -diferentemente dos sofistas- não como um instrumento de poder, mas como um instrumento de defesa, o que garantia assim a sua legitimidade. -
106 BCE
Os romanos aderiram a retórica
Conforme alguns
estudiosos do assunto, devemos aos retóricos latinos a elaboração completa da
arte da invenção e das suas técnicas, direcionada particularmente ao discurso
forense. Dentre seus mais importantes representantes, destacam-se Cícero (106-
43 a.C.) e Quintiliano (35 a.C- ? ), considerados os responsáveis pela latinização
e difusão da retórica grega. -
400
Retórica e cristianismo
Com o advento do cristianismo, a força da verdade das Sagradas Escrituras era tamanha que prescindia dos tecnicismos da retórica.
Os estudiosos observam que, com a oficialização da religião cristã, a retórica grega e romana cedeu o lugar à «verdade revelada» e à retórica cristã (por exemplo, de Santo Agostinho). -
401
Século V
No século V, período marcado pela transição da eloquência espontânea para
a erudita, a retórica conduzia a vida humana -
1502
Renascimento
Esse período é marcado pela separação entre as três artes do trivium: a gramática; a dialética, tida como a arte de argumentação, e a retórica, reduzida ao estudo dos meios de expressão ornados e agradáveis, em suma, à elocução. Ao estabelecer rígidos limites para cada um desses setores, o logicista francês privou a retórica da sua natureza lógica, a inventio (invenção) e a dispositio (disposição), reservando-lhe apenas a elocutio (ilocução). -
Descartes
Concebendo uma filosofia fundamentada em um encadeamento de evidências, ou seja, semelhantea uma demonstração matemática, Descartes elimina o componente dialético da
retórica, que, por essa razão, deixa de ser arte. A condenação da retórica se estende a outros filósofos empiristas, como o inglês John Locke (1637-1704), para quem a retórica é a arte da mentira, sendo necessário desmontar a armadilha de palavras.