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Olhai para o Sol: uma linha do tempo das observações de eclipses totais do Sol entre 1850 e 1920

  • Eclipses totais do Sol (1850-1920)

    Eclipses totais do Sol (1850-1920)
    A observação de efemérides fez parte das atividades de observatórios em todo o mundo, sendo o período entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX considerado o apogeu dessa prática. Entre 1850 e 1920 seis eclipses totais do Sol foram observáveis no território brasileiro e o atual Observatório Nacional registrou esses momentos que, além de contribuir para o desenvolvimento do conhecimento científico, instigaram o imaginário popular ao escurecer o céu durante o dia.
  • Rio de Janeiro (1853)

    Rio de Janeiro (1853)
    O primeiro eclipse total do Sol ocorrido nesse período aconteceu no dia 30 de novembro de 1853. Um ano antes, o Imperial Observatório já havia informado, no primeiro volume do seu anuário Ephemerides do Imperial Observatório Astronômico, sobre o horário de visibilidade do eclipse na cidade do Rio de Janeiro. Por ocorrer no fim da tarde, iniciando às 17 horas, as condições de visibilidade não foram favoráveis e não foram feitos registros.
  • Paraná (1858)

    Paraná (1858)
    Para o eclipse de 7 de setembro de 1858, o governo imperial patrocinou uma expedição para Paranaguá, no Paraná, composta pelo senador e engenheiro Cândido Batista de Oliveira, o astrônomo Emmanuel Liais, oficiais do Exército e funcionários do Imperial Observatório. Apesar da curta duração do fenômeno, importantes relatórios foram redigidos e publicados no Brasil e no exterior e Emmanuel Liais concebeu um novo método para determinação de longitudes.
  • Rio de Janeiro (1865)

    Rio de Janeiro (1865)
    O mau tempo prejudicou a observação do eclipse de 25 de abril de 1865, o que frustrou os astrônomos do Imperial Observatório que se dirigiram para Camboriú, em Santa Catarina, e os do Instituto Politécnico Brasileiro que estavam no Rio de Janeiro. O Imperador Pedro II tentou assistir o eclipse do seu palácio, acompanhado do viajante-naturalista Louis Agassiz que estava no país liderando uma expedição científica com o objetivo de refutar os argumentos evolucionistas de Charles Darwin.
  • Ceará (1893)

    Ceará (1893)
    A expedição para a observação do eclipse de 16 de abril de 1893 começou a ser preparada dois anos antes pelo astrônomo Luís Cruls, que não chegou a viajar. Em seu lugar, foram enviados o astrônomo Henrique Morize, oficiais do Exército e funcionários do Observatório que se encontraram, no Ceará, com os astrônomos ingleses Albert Taylor e William Shackleton. Apesar dos preparativos, uma espessa camada de nuvens prejudicou a observação do fenômeno.
  • Minas Gerais (1912)

    Minas Gerais (1912)
    A observação do eclipse de 10 de outubro de 1912 também foi prejudicada pelo mau tempo. Oito expedições, sendo seis estrangeiras, foram organizadas. Astrônomos brasileiros, franceses e ingleses foram para Passa Quatro, em Minas Gerais, criando um grande alvoroço na cidade. Até o presidente Hermes da Fonseca chegou a visitar a cidade, aumentando o interesse popular pelo evento. Além de Passa Quatro, o eclipse também tentou ser observado de Cruzeiro, em São Paulo.
  • Ceará (1919)

    Ceará (1919)
    O eclipse de 29 de maio de 1919 ganhou destaque por ter permitido confirmar a Teoria da Relatividade Geral proposta pelo físico Albert Einstein a partir de cálculos feitos sobre as fotografias tiradas da cidade de Sobral, no Ceará, onde astrônomos brasileiros e ingleses se encontraram. A expedição brasileira organizada pelo Observatório foi liderada por Henrique Morize, que contou com o apoio dos astrônomos Allyrio de Mattos e Lélio Gama, dentre outros.
  • Eclipses totais do Sol (1850-1920)

    Eclipses totais do Sol (1850-1920)
    A observação de eclipses andou passo a passo com a organização de expedições, o desenvolvimento do conhecimento astronômico, como aperfeiçoamento de instrumentos de observação e a incorporação da fotografia na Astronomia. Entre 1850 e 1920, o Observatório Nacional atuou tanto por meio da publicação de informações em seu anuário quanto pela organização de expedições para registrar o fenômeno. Para saber mais, visite o Portal de História da Ciência e da Tecnologia no Brasil do MAST.