FILHOS DO EXÍLIO

  • O golpe

    O golpe
    Em 1° de abril de 1964, Costa e Silva proclama-se “Comandante do Exército Nacional” e líder do “Comando Supremo da Revolução”, ampliando a revolta civil-militar contra o Presidente da República. Na madrugada do dia 2, o Presidente do Congresso, senador Auro de Moura Andrade, agindo conforme o plano dos golpistas, declara “vaga” a Presidência da República, apesar de Jango estar em território nacional. No dia 15 de abril ele assume oficialmente a presidência.
  • AI 1

    AI 1
    O AI-1 determinava que o governo militar poderia cassar mandatos legislativos, suspender os direitos políticos (por dez anos) ou afastar do serviço público todo aquele que pudesse ameaçar a segurança nacional. Além disso, convocou eleições indiretas para presidente e a extensão do mesmo cargo até o ano de 1966.
  • JK e outros 39 políticos são cassados

    JK e outros 39 políticos são cassados
    O governo militar dá sinais de que não era tão transitório quanto prometia. Em junho, utilizando os poderes do Ato Institucional, o Presidente cassa os mandatos do ex-presidente Juscelino Kubitschek, então senador da República, e mais 39 políticos.
  • A Emenda Constitucional Nº 9

    A Emenda Constitucional Nº 9
    A Emenda Constitucional Nº 9 prorroga o mandato de Castello Branco até 15 de março de 1967.
  • Extinta a UNE (União Nacional dos Estudantes)

    Extinta a UNE (União Nacional dos Estudantes)
    O Congresso Nacional aprova a extinção da UNE, considerada uma entidade “subversiva”. O regime militar aumentava o cerco sobre o movimento estudantil, visando despolitizar os jovens universitários e secundaristas. Apesar de ilegal e reprimida, a UNE continua ativa como entidade máxima do Movimento Estudantil.
  • PAEG

    PAEG
    Com a intenção de controlar a inflação e o déficit público, o regime lança o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG). Plano previa o controle de créditos e, sobretudo, dos salários, o que impediu a rápida retomada do crescimento econômico prometida pelos golpistas de abril.
  • 203 denúncias de tortura e 20 mortes só em 1964

    203 denúncias de tortura e 20 mortes só em 1964
    Antes de completar um ano, a repressão do regime militar já somava 203 denúncias de torturas além de 20 mortes. O livro “Tortura e Torturados”, do jornalista Márcio Moreira Alves, lançado em 1966, relatando casos ocorridos a partir de 1964, causou grande impacto na opinião pública.
  • AI 2

    AI 2
    O poder do Presidente é ainda mais fortalecido, os partidos são dissolvidos, a eleição presidencial passa a ser indireta e a Justiça Militar pode processar civis acusados de crimes políticos. O Ato começa com uma frase que acaba com as ilusões dos que achavam que o governo militar era transitório: “Não se disse que a Revolução foi, mas que é e continuará…”
  • AI 3

    AI 3
    Os governos dos estados e os prefeitos passam a ser eleitos indiretamente. O Poder Executivo ganha força a cada novo ato baixado.
  • A Revolução Cultural chinesa

    A Revolução Cultural chinesa
    Liderada por Mao Tse Tung, a Revolução Cultural (1966-1969) pretendia mudar a cara do comunismo chinês e mundial, expandindo a ideia de coletivização e acabando com as hierarquias burocráticas e sociais. Os resultados, entretanto, acirraram a luta pelo poder dentro do Partido Comunista Chinês e levaram a muitos expurgos de antigos revolucionários.
  • Costa e Silva vira presidente

    Costa e Silva vira presidente
    Saudado por parte da imprensa que havia apoiado o golpe mas se decepcionará com a política econômica do governo Castello Branco, o general Artur da Costa e Silva é eleito indiretamente pelo Congresso, prometendo retomar o crescimento econômico e “humanizar” o regime. A primeira promessa foi cumprida, já a segunda…
  • AI 4

    AI 4
    O Ato Institucional nº 4 foi publicado em 7 de dezembro de 1966 com o objetivo de convocar extraordinariamente o Congresso Nacional para discutir, votar e promulgar o projeto de Constituição que o presidente da ditadura militar à época, Humberto Castello Branco, enviaria às casas legislativas.
  • Che Guevara é assassinado

    Che Guevara é assassinado
    É o fim do sonho do guerrilheiro de liderar uma nova revolução na América Latina, depois da vitória em Cuba. Ernesto Che Guevara é capturado e assassinado na Bolívia.
  • Começa o "milagre econômico"

    Começa o "milagre econômico"
    Indústria responde aos investimentos e cresce. PIB fecha o ano com 9% de crescimento e a inflação fica em 25%.
  • Militantes do PC do B no Araguaia

    Militantes do PC do B no Araguaia
    O PC do B envia os primeiros militantes para a região do Rio Araguaia, no Norte do país, para a estruturação da que ficaria conhecida como Guerrilha do Araguaia. Desde 1967, várias organizações de esquerda preparavam-se para a luta armada contra o regime. A maior parte atuaria nas cidades realizando ações de “propaganda armada”, ao contrário do PC do B que conseguiu manter suas bases no campo sigilosas até 1971.
  • PM mata o estudante Edson Luís

    PM mata o estudante Edson Luís
    O estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto é assassinado por policiais militares durante um confronto no restaurante Calabouço, no centro do Rio de Janeiro.
  • Repressão às passeatas

    Repressão às passeatas
    O Ministro da Justiça determina que as passeatas estudantis sejam proibidas e reprimidas.
  • A luta armada ganha o noticiário

    A luta armada ganha o noticiário
    A luta armada contra a ditadura cresce e se organiza. Tornam-se públicas e notórias as ações da ALN (Ação Libertadora Nacional) e da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária). A primeira era uma dissiência do Partido Comunista Brasileiro, que não apoiava a luta armada contra o regime, enquanto a segunda era resultado da fusão de grupos socialistas com militares nacionalistas expulsos das Forças Armadas.
  • Maio de 68

    Maio de 68
    Em maio de 1968 começam os conflitos de rua em Paris e pelo mundo afora. Estudantes ocupam a tradicional Universidade Sorbonne.
  • Passeata dos 100 mil

    Passeata dos 100 mil
    Passeata dos 100 mil
    jun 26, 1968
    Mais de 100 mil pessoas saem às ruas do Rio de Janeiro, contra a violência policial e em defesa da democracia.
  • Congresso da UNE em Ibiúna

    Congresso da UNE em Ibiúna
    A polícia descobre o local do Congresso clandestino da UNE, invade o sítio de surpresa, e prende 920 estudantes. A partir daí, a parte do movimento estudantil que defendia a luta armada, paradoxalmente, sai fortalecida, em detrimento daqueles que queriam priorizar ações políticas de massa.
  • Casa de dom Hélder Câmara é metralhada

    Casa de dom Hélder Câmara é metralhada
    A casa do arcebispo dom Hélder Câmara, em Recife, é metralhada. No ano seguinte, um dos seus principais auxiliares, Padre Henrique é assassinado por paramilitares. A alta cúpula da Igreja Católica, que não condenara o golpe de 1964, começava a se afastar do regime.
  • Nixon eleito

    Nixon eleito
    O republicano e conservador Richard Nixon é eleito presidente dos EUA. A partir daí, a política anticomunista dos EUA para a América latina se tornaria ainda mais agressiva.
  • AI 5

    AI 5
    É baixado o AI-5, que iniciou o momento mais duro do regime, dando ainda mais poder aos militares, para punir arbitrariamente os que fossem considerados inimigos. Até o Habeas Corpus, tradicional instrumento jurídico para libertar presos, é declarado inválido para crimes políticos. Até os liberais, que haviam apoiado o golpe, admitem que o regime se tornara, efetivamente, uma ditadura militar, sem maiores sutilezas.
  • Caetano Veloso e Gilberto Gil são presos no Rio

    Caetano Veloso e Gilberto Gil são presos no Rio
    Os músicos baianos, símbolos da Tropicália, são presos por 3 meses, sem acusação formal. Depois, seguem para o exílio.
  • 1.027 denúncias de torturas

    1.027 denúncias de torturas
    A ditadura militar soma no fim do ano mais de mil denúncias de torturas.
  • Professores universitários perseguidos pelo regime

    Professores universitários perseguidos pelo regime
    Com o AI-10, centenas de professores são aposentados em todo o país. A repressão avança sobre o meio intelectual e cultural. A cisão entre o regime e o meio intelectual e artístico aumenta ainda mais.
  • Primeiro número d’O Pasquim chega às bancas

    Primeiro número d’O Pasquim chega às bancas
    O Pasquim, conciliando humor político e comportamental, torna-se um marco da imprensa alternativa, lutando contra a censura e contra a repressão.
  • OBAN

    OBAN
    A Oban, operativo policial-militar de combate à luta armada, sistematiza os métodos ilegais de repressão: sequestro, tortura e execução dos opositores.
  • Carlos Marighella toma a Rádio Nacional

    Carlos Marighella toma a Rádio Nacional
    Marighella e seus companheiros da Aliança Libertadora Nacional (ALN) tomam a Rádio Nacional, em São Paulo, e divulgam um manifesto.
  • Costa e Silva fica doente

    Costa e Silva fica doente
    Depois de sofrer uma trombose cerebral, o general Costa e Silva é afastado da Presidência. O seu vice-presidente civil, Pedro Aleixo, é impedido de tomar posse.
  • O Brasil passa a ser governado por uma Junta Militar

    O Brasil passa a ser governado por uma Junta Militar
    A Junta Militar é composta pelos ministros Aurélio Lyra Tavares (Exército), Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Souza Mello (Aeronáutica).
  • Sequestro do embaixador norte-americano Elbrick

    Sequestro do embaixador norte-americano Elbrick
    Guerrilheiros do MR-8 e da ALN sequestram, no Rio, o embaixador dos EUA no Brasil, Charles Burke Elbrick. Em troca, conseguem a libertação de 15 presos políticos que são enviados ao México.
  • Pena de morte e banimentos

    Pena de morte e banimentos
    Com o AI-13 e o AI-14, o Brasil passa a ter pena de morte, além de banimentos de presos políticos soltos em troca de embaixadores sequestrados.
  • O primeiro “desaparecido político” - Jonas

    O primeiro “desaparecido político” - Jonas
    O comandante do sequestro do embaixador Charles Elbrick, Virgílio Gomes da Silva, é preso e morto sob tortura nas dependências da Oban, em São Paulo. Ele é considerado o primeiro desaparecido político brasileiro.
  • Médici assume a presidência

    Médici assume a presidência
    O general Emílio Garrastazu Médici é eleito presidente da República pelo Congresso, depois de ser escolhido pela alta oficialidade das Forças Armadas.
  • Marighella é assassinado

    Marighella é assassinado
    Carlos Marighella é morto numa emboscada policial no bairro dos Jardins, em São Paulo, depois de uma operação da repressão que envolveu até tortura a frades dominicanos.
  • O “milagre” se consolida

    Edificada sob forte endividamento externo, a economia alcança o pleno emprego, inflação de 19,3% e crescimento de 10,4% do PIB. É o “milagre brasileiro”. O ministro Delfim Neto é o principal condutor da politica econômica sob o governo Médici.
  • Sequestro do cônsul japonês Nobuo Okuchi pela VPR

    Sequestro do cônsul japonês Nobuo Okuchi pela VPR
    Em troca de Nobuo Okuchi, cinco prisioneiros políticos, entre eles membros da família Lucena, presa e torturada havia meses por uma suposta ligação com grupos guerrilheiros, são soltos três dias depois do início da ação.
  • Transamazônica

    Transamazônica
    Transamazônica
    jun 16, 1970
    Médici anuncia o Programa de Integração Nacional, que prevê a construção da rodovia Transamazônica, um dos símbolos da nova era de desenvolvimento sob os militares.
  • Sequestro do embaixador alemão Von Holleben

    Sequestro do embaixador alemão Von Holleben
    Em troca do embaixador alemão, 40 presos políticos são mandados para a Argélia.
  • A seleção é tricampeã

    A seleção é tricampeã
    A seleção brasileira levanta a taça do mundial de futebol pela terceira vez, no México. A conquista é utilizada como propaganda pela ditadura, estimulando o patriotismo e o ufanismo dos brasileiros.
  • A Oban é transformada em DOI-Codi

    A Oban é transformada em DOI-Codi
    Localizada na rua Tutoia, no bairro do Paraíso, em São Paulo, a temida delegacia policial passa a ser parte central da estrutura da repressão, integrando-se ao comando do II Exército. Outros destacamentos similares surgirão em outros estados brasileiros, como no Rio de Janeiro (foto).
  • ALN sequestra o embaixador suíço

    ALN sequestra o embaixador suíço
    O embaixador da Suíça, Giovanni Enrico Bucher, é sequestrado, no Rio de Janeiro. Em troca, 70 presos são levados para o Chile.
  • Rubens Paiva é morto sob tortura

    Rubens Paiva é morto sob tortura
    O deputado Rubens Paiva é preso, no Rio, morto sob tortura e dado como desaparecido pelas autoridades.
  • Boilesen é assassinado

    Boilesen é assassinado
    Henning Albert Boilesen, presidente da Ultragás e responsável pelo financiamento da Oban, é morto em São Paulo por grupos de luta armada.
  • Morte de Stuart Angel

    Morte de Stuart Angel
    Stuart Angel é preso, torturado e morto no Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa), no Rio de Janeiro.
  • Lamarca é assassinado

    Lamarca é assassinado
    Perseguido por uma patrulha do Exército no interior da Bahia, Lamarca é morto junto com Zequinha Barreto.
  • Médici visita Nixon nos EUA

    Médici visita Nixon nos EUA
    O general-presidente brasileiro e o mandatário norte-americano unem esforços para combater o comunismo na América Latina. O regime brasileiro é retratado na imprensa internacional de esquerda como a “polícia do continente”.
  • A guerrilha do Araguaia

    A guerrilha do Araguaia
    A guerrilha do Araguaia, organizada pelo PC do B, foi descoberta pelos militares na região de Xambioá, no Pará. No mês seguinte, 3 mil homens chegaram à região e iniciaram a primeira campanha. Poucos meses depois, a segunda campanha contaria com 10 mil homens, que exterminaram com os integrantes da guerrilha.
  • 100 milhões de habitantes no Brasil

    100 milhões de habitantes no Brasil
    Em dois anos o número de habitantes no país cresceu 10%, chegando aos 100 milhões, segundo o IBGE.
  • Anistia Internacional denuncia torturadores

    Anistia Internacional denuncia torturadores
    Anistia Internacional investiga e divulga em relatório uma relação com 472 nomes de torturadores e 1.081 torturados no Brasil.
  • Anistia Internacional é vetada pela censura

    Anistia Internacional é vetada pela censura
    Militares proíbem a imprensa de divulgar as notícias da Anistia Internacional sobre as torturas praticadas pelo regime.
  • Golpe no Uruguai

    Golpe no Uruguai
    A ditadura cívico-militar do Uruguai tem sido objeto de muita controvérsia devido às suas violações dos direitos humanos, uso da tortura e os desaparecimentos inexplicáveis de muitos uruguaios. O termo cívico-militar refere-se ao uso inicial do regime militar de um presidente civil relativamente impotente como chefe de Estado, que o distinguia das ditaduras em outros países da América do Sul em que altos oficiais militares imediatamente tomaram o poder e diretamente atuaram como chefe de Estado.
  • Golpe no Chile

    Golpe no Chile
    Durante o golpe militar, Allende morre no Chile. Cercado no Palácio presidencial sob forte bombardeio, ele se recusou a renunciar, terminando por tirar a própria vida com um tiro na boca.
  • Repressão do exército no Araguaia - 2 fase

    Repressão do exército no Araguaia - 2 fase
    O Exército inicia a segunda campanha no Araguaia. Nos meses seguintes, desaparecem diversos guerrilheiros, entre eles Jaime Petit e sua irmã Maria Lúcia Petit.
  • O maior PIB da história

    O maior PIB da história
    Fundamentada em endividamento externo e dependência tecnológica, a economia brasileira registra crescimento do PIB de 14%, o maior já visto. O choque do petróleo só seria sentido efetivamente nos anos seguintes.
  • Geisel assume a presidência

    Geisel assume a presidência
    O general Ernesto Geisel é o escolhido por Médici para ser o novo presidente.
  • Censura prévia

    Censura prévia
    A censura prévia a rádios, jornais e TVs continua intensa. O novo presidente escolhido, Ernesto Geisel, sinaliza a oposição com “distensão” política. censura
  • Obras faraônicas

    Obras faraônicas
    No dia 04/03, o presidente Médici inaugura a ponte Rio-Niterói, batizada de Costa e Silva. O período ditatorial brasileiro também foi marcado por outras obras faraônicas, como a transamazônica, Itaipu, Angra 1, 2 e 3, entre outras.
  • Proibido o uso da palavra “recessão”

    Proibido o uso da palavra “recessão”
    Sensível às oscilações externas, a economia brasileira sofre com a crise do petróleo. Na tentativa de mascarar a situação, os militares proíbem o uso na palavra “recessão” nos meios de comunicação.
  • Assassinato da última guerrilheira do Araguaia

    Assassinato da última guerrilheira do Araguaia
    O Exército mata Walkiria Afonso Costa, 27, a última guerrilheira do Araguaia.
  • Acaba a Guerra do Vietnã

    Acaba a Guerra do Vietnã
    Depois de vinte anos lutando contra franceses, americanos e seus aliados internos, a guerilha comunista apoiada pelo Vietnã do Norte toma a capital do Vietnã do Sul (Saigon). Com a evacuação dos norte-americanos, a Guerra do Vietnã, uma das mais longas e sangrentas do século XX, é finalmente encerrada e o país unificado
  • Herzog é assassinado

    Herzog é assassinado
    Sob intensa tortura, Vladimir Herzog é assassinado nas dependências do DOI-Codi paulista. Na tentativa de esconder o crime, os agentes da polícia simulam um suicídio por enforcamento do jornalista.
  • Ato ecumênico para Herzog

    Ato ecumênico para Herzog
    Mesmo com o AI-5, comparecem mais de 10 mil pessoas ao ato ecumênico para Herzog, na Catedral da Sé, em São Paulo.
  • Assassinato de Manoel Fiel Filho

    Assassinato de Manoel Fiel Filho
    O metalúrgico Manoel Fiel Filho é encontrado morto nas dependências do DOI-Codi. A grande repercussão levou o presidente Geisel a demitir o general Ednardo D’Vila Mello do comando do 2º Exército.
  • Golpe na Argentina

    Golpe na Argentina
    Na madrugada do dia 24 de março de 1976, uma junta militar derrubou o governo da presidente argentina Isabelita Perón. Formada pelo general Jorge Rafael Videla, pelo almirante Emilio Massera e pelo brigadeiro Orlando Agostí, sob a justificativa de conter o desgoverno, a inflação e a influência socialista que assolava toda América Latina, a junta instituiu uma ditadura militar pautada na violação dos direitos humanos e na entrega econômica do país.
  • Morre Zuzu Angel

    Morre Zuzu Angel
    Zuzu Angel, que denunciava a tortura, morte e ocultação do cadáver de Stuart Angel, seu filho, é morta por agentes da repressão num acidente automobilístico forjado.
  • Explosão na ABI

    Explosão na ABI
    Uma bomba explode na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio. Outra que falhou é encontrada na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ambas as ações são reivindicadas pela organização de direita Aliança Anticomunista Brasileira.
  • Direita sequestra don Adriano Hypólito

    Direita sequestra don Adriano Hypólito
    O bispo de Nova Iguaçu, D. Adriano Hypólito, é sequestrado por um grupo a favor dos militares no poder.
  • Jornal "Opinião” sofre atentado

    Jornal "Opinião” sofre atentado
    Grupo a favor dos militares no poder, atira uma bomba na sede do jornal Opinião.
  • “Chacina da Lapa”

    “Chacina da Lapa”
    A casa onde ocorria uma reunião do PC do B é atacada pelas forças de segurança, matando três dirigentes do partido, entre eles um sobrevivente da guerrilha do Araguaia, Ângelo Arroyo.
  • Morre João Goulart

    Morre João Goulart
    Morre o ex-presidente da República João Goulart, supostamente por “causas naturais”. O cortejo fúnebre é autorizado para entrar no Brasil, de maneira discreta, e o corpo é enterrado em São Borja.
  • Geisel rompe o acordo militar com os EUA

    Geisel rompe o acordo militar com os EUA
    Geisel não vê com bons olhos o relatório sobre direitos humanos do governo norte-americano e rompe o acordo militar com o país.
  • Pacote de Abril

    Pacote de Abril
    Após fechar o Congresso, Geisel baixa o Pacote de Abril, no qual promove a reforma do Judiciário, estabelece o mandato presidencial de seis anos, além de criar o cargo de “senador biônico”, ou seja, indicado pelo Presidente.
  • Morre Carlos Lacerda

    Morre Carlos Lacerda
    Símbolo da direita civil e golpista, o jornalista e político Carlos Lacerda estava afastado o regime que ajudou a construir desde 1966, com os direitos políticos cassados desde 1968. Foi o último dos líderes da Frente Ampla de 1966 a morrer, supostamente de causas acidentais ou naturais, em um período de um ano.
  • PUC-SP invadida

    PUC-SP invadida
    Mais uma vez sob o comando de Erasmo Dias, a PM invade a PUC-SP e prende cerca de mil pessoas que participavam do encontro nacional de estudantes.
  • Silvio Frota é exonerado

    Silvio Frota é exonerado
    Depois de uma tentativa de golpe de Estado contra a “abertura”, Geisel exonera Silvio Frota, ministro do Exército, próximo da “linha dura”.
  • É fundado o Comitê Brasileiro pela Anistia

    É fundado o Comitê Brasileiro pela Anistia
    É fundado o Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA) do Rio de Janeiro. Ao longo do ano, a Campanha pela Anistia “ampla, geral e irrestrita” toma as ruas.
  • Governo decreta anistia ampla, geral e irrestrita

    Governo decreta anistia ampla, geral e irrestrita
    Primeiro Encontro Nacional de Movimentos pela Anistia aprova a Carta de Salvador, na qual pedem a anistia ampla, geral e irrestrita.
  • Figueiredo assume a presidência

    Figueiredo assume a presidência
    O general João Baptista Figueiredo é eleito, indiretamente é claro, o novo presidente da República, prometendo continuar a política da “abertura”.
  • Justiça reconhece o assassinato de Vladimir Herzog

    Justiça reconhece o assassinato de Vladimir Herzog
    A Justiça responsabiliza a União pela morte do jornalista Vladimir Herzog, em decisão que afronta os militares no poder.
  • Decreto da pena de banimento é revogado

    Decreto da pena de banimento é revogado
    Geisel revoga o banimento de 126 brasileiros.
  • Posse de Figueiredo

    Posse de Figueiredo
    Em discurso, o novo presidente promete “a mão estendida em conciliação”, jurando fazer “deste país uma democracia”. A sociedade civil se afirma cada vez mais critica ao regime, estimulada pela crise econômica cada vez mais grave.
  • Queima de arquivo: Sérgio Fleury

    Queima de arquivo: Sérgio Fleury
    Em Ilhabela, no litoral paulista, morre o torturador e delegado Sérgio Paranhos Fleury, em circunstâncias até hoje misteriosas
  • Greve de fome - Presos políticos

    Greve de fome - Presos políticos
    Nas penitenciárias do país, 51 presos políticos aderiram à greve de fome, durante 32 dias, dobrando a promulgação da Anistia.
  • Conferência Internacional pela Anistia no Brasil

    Conferência Internacional pela Anistia no Brasil
    Na Itália, a Conferência Internacional pela Anistia no Brasil reforça a intenção de uma anistia ampla, geral e irrestrita no país.
  • Lei de Anistia

    Lei de Anistia
    Depois de ser votada pelas lideranças do Congresso, que praticamente mantém o projeto do governo, a lei é sancionada. Segundo o Superior Tribunal Militar, a lei beneficia 4.650 pessoas, mas desagrada os movimentos pelos direitos humanos e familiares de desaparecidos e mortos, pois “perdoa” os torturadores, ao mesmo tempo que deixa de fora os guerrilheiros que cometeram “crimes de sangue”.
  • Brizola volta ao Brasil

    Brizola volta ao Brasil
    Leonel Brizola retorna ao país após exílio de 15 anos. Outros ainda retornariam até o fim do ano, como Miguel Arraes e Luiz Carlos Prestes, este último recebido por 10 mil pessoas no aeroporto do Galeão.
  • O fim do bipartidarismo

    O fim do bipartidarismo
    Congresso aprova emenda que extingue o MDB e a Arena e permite a criação de novos partidos. A oposição se fragmenta e o partido oficial permanece unido. Mas é o PMDB que se destaca como grande partido de oposição moderada, ao lado do Partido dos Trabalhadores, nascido no seio dos movimentos sindicais e sociais. Brizola cria o Partido Democrático Trabalhista, na tradição do velho PTB getulista.
  • Criado o PT

    Criado o PT
    É aprovada a criação do Partido dos Trabalhadores, grande novidade no sistema partidário brasileiro. É o primeiro partido “vindo de baixo”, criado por sindicalistas, movimentos de bairro. Intelectuais e militantes de várias organizações de esquerda também apoiam o PT.
  • Greve do ABC

    Greve do ABC
    Mais de 300 mil metalúrgicos do ABC e de outras 15 cidades de São Paulo entram em greve.
  • Lula é preso

    Lula é preso
    Lula, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, e mais dez dirigentes sindicais são presos pelo Dops.
  • Sequestro de Dalmo Dallari

    Sequestro de Dalmo Dallari
    Dalmo Dallari, jurista e presidente da Comissão Justiça e Paz, crítica das violações dos direitos humanos e ligada à Igreja Católica, é sequestrado e espancado em São Paulo. O ato foi praticado por extremistas da direita, durante a visita do Papa João Paulo II.
  • Bomba explode na OAB

    Bomba explode na OAB
    Mais um atentado a bomba organizado por grupos contrários à abertura política, desta vez na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entidade que desde meados dos anos 1970 se destacava na questão dos direitos humanos.
  • Bomba no Riocentro

    Bomba no Riocentro
    Uma bomba explode dentro do carro quando era preparada por dois militares do DOI-CODI, no estacionamento do Rio Centro. Dentro do pavilhão, cerca de 20 mil pessoas assistiam a um show de MPB em homenagem ao Dia do Trabalhador. O atentado fracassado expôs o terror de extrema direita praticado por setores militares.
  • No caminho das diretas

    No caminho das diretas
    Apresentação da emenda que estabelecia as eleições diretas para presidente pelo deputado Dante de Oliveira (PMDB).
  • No caminho das diretas

    No caminho das diretas
    Os governadores do Rio e de São Paulo, Brizola e Franco Montoro, se juntam a Lula para criar uma frente suprapartidária pela volta das eleições diretas.
  • A volta do debate na TV

    A volta do debate na TV
    André Franco Montoro (PMDB) e Reynaldo de Barros (PDS), candidatos ao governo do Estado de São Paulo, marcam o retorno dos debates políticos nas redes de TV. As eleições para governadores estavam marcadas para o final do ano de 1982.
  • Lançamento das Diretas já!

    Lançamento das Diretas já!
    Em comício com 60 mil pessoas, é lançada a campanha pelas “Diretas já” em Curitiba, com apoio do PMDB e demais partidos de oposição.
  • Milhões de pessoas vão às ruas pelas Diretas já

    Milhões de pessoas vão às ruas pelas Diretas já
    Um milhão de pessoas se reúnem na Candelária, no Rio, pelas Diretas já. Seis dias depois, o mesmo número vai ao Vale do Anhangabaú, em São Paulo, com o mesmo objetivo.
  • Emenda Dante de Oliveira é rejeitada pelo Congresso

    Emenda Dante de Oliveira é rejeitada pelo Congresso
    Emenda Dante de Oliveira, que previa eleições diretas para a presidência, é rejeitada depois do cerco que o regime fez ao Congresso Nacional. A oposição moderada, reunida em torno da liderança de Tancredo Neves, se cacifa para disputar a eleição indireta no Colégio Eleitoral.
  • Tancredo é o novo presidente

    Tancredo é o novo presidente
    Colégio Eleitoral elege Tancredo Neves, do PMDB, como presidente do Brasil. Seu adversário era Paulo Maluf. Tancredo foi eleito presidente para um mandato de seis anos, com 480 votos (72,4%) contra 180 dados a Maluf (27,3%).
  • Tancredo adoece

    Tancredo adoece
    Na véspera de tomar posse, o presidente Tancredo Neves é internado por causa de uma infecção no intestino.
  • Sarney, ex-Arena, é o novo presidente do Brasil

    Sarney, ex-Arena, é o novo presidente do Brasil
    Depois da morte de Tancredo, seu vice, José Sarney, aliado do regime até 1983, assume a Presidência. Seu governo, apesar de tutelado pelos militares, garante a realização da Assembleia Constituinte.
  • Aprovada emenda das eleições diretas

    Aprovada emenda das eleições diretas
    Congresso aprova emenda constitucional estabelecendo eleições diretas para a presidência da República e prefeituras. Legaliza os partidos comunistas, além de estender os votos aos analfabetos.