Centro São José

  • Engenho de Nossa Senhora da Assunção de Ibirapuera

    Instalação na região que virá a ser chamada de M’Boi Mirim do Engenho de Nossa Senhora da Assunção de Ibirapuera e da primeira extração de minério de ferro da América do Sul, que durou cerca de 20 anos, sendo então desocupada; nos séculos seguintes serviu de passagem para Embu e Itapecerica da Serra (Prefeitura de São Paulo, 2018).
  • Inauguração da linha férrea que ligava Santo Amaro à São Paulo

    Inauguração da linha férrea que ligava Santo Amaro à São Paulo
  • Inauguração da represa Billings do rio Guarapiranga para fornecer energia elétrica à capital.

  • Represa passou a ter a função de fornecer água para a capital

  • Santo Amaro é anexado ao Município de São Paulo, em função do aeroporto (que a capital até então não possuía).

  • Instalação de industrias na região de Santo Amaro (1939-1970)

    Período a partir do qual gradualmente se instalam indústrias na região de Santo Amaro (em função da oferta de transporte, proximidade do centro urbano e áreas de várzea disponíveis), que se torna um pólo de atração para populações desfavorecidas, pela oferta de emprego e possibilidade de acesso à moradia, seja por meio de habitações precárias ou loteamentos clandestinos, que ofereciam preços mais acessíveis em razão da falta de infraestrutura urbana.
  • Criação da Legião Brasileira de Assistência

    O Estado brasileiro passa atuar como executor de serviço social - Ações estatais assistencialistas e voltadas principalmente, aos trabalhadores urbanos do mercado formal de trabalho“A assistência social é associada a bondade dos governantes pelas mãos generosas das primeiras damas”. (TORRES)
  • Surgimento das primeiras Sociedades Amigos de Bairros (SABs)

    Surgimento das primeiras Sociedades Amigos de Bairros (SABs)
  • Ocupação das áreas de mananciais fruto da especulação imobiliária (até 1960)

  • Greve contra a carestia e passeata das panelas vazias.

  • Criação da Associação Amigos da Riviera Paulista no Alto da Riviera

    Fazenda Caravelas é vendida e cria-se um loteamento no Alto do Riviera, próximo à represa, atraindo alemães para a região. Estes se organizaram e criaram a Associação Amigos da Riviera Paulista no Alto da Riviera (ver mapa), com o objetivo de buscar recursos urbanos para sua infraestrutura. Fernando von Poser foi um dos moradores fundadores e ativistas.
  • Jaime Crowe entra no seminário São Patrício

    Jaime Crowe entra no seminário São Patrício. O papa João XXIII pediu para as congregações que mandassem 10% dos padres para América Latina “para salvar esta região do comunismo, mas acho que deu o efeito contrário!” (Pe. Jaime).
  • Golpe Militar e desarticulação do movimento político nas SABs

    Golpe militar e desarticulação do movimento político nas SABs, que ou são fechadas ou adquirem um caráter de prestação de serviços às comunidades, como recreação. Sua continuidade e função dependiam da permissão dos gestores públicos, que passaram a ser nomeados e não eleitos. O voluntariado político é então deslocado para ações sociais.
  • Jaime chega no Embu das Artes

    Jaime chega no Embu das Artes, na Região Episcopal de Itapecerica da Serra, coordenada por um bispo que próximo, Fernando José Penteado, com quem trabalhava em conjunto. É o período do “milagre” brasileiro e da ditadura militar, quando Embu como M’Boi cresceram muito, em função do crescimento industrial e das demandas da região metropolitana.
  • Dom Paulo Evaristo Arns é nomeado arcebispo metropolitano de São Paulo

    Dom Paulo Evaristo Arns é nomeado arcebispo metropolitano de São Paulo
    Dom Paulo Evaristo Arns é nomeado arcebispo metropolitano de São Paulo, exerce o cargo até 1998. Dom Paulo representa uma visão popular da atuação da Igreja Católica, de apoio na atuação dos movimentos sociais.
  • Início da atuação das Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo no território.

  • Fundação do Movimento Comunitário da Vila Remo

    Fundação do Movimento Comunitário da Vila Remo, um dos primeiros da cidade (SPINK, 2018), em função de questões de estrutura urbana nos loteamentos clandestinos que surgiram na região, servindo de referência para as Associações de Bairro de outras regiões. Este movimento reuniu e formou lideranças políticas que serviram de referência nas décadas seguintes nos movimentos sociais.
  • Pastoral Operária

  • Criação do Movimento Contra a Carestia pelo grupo de mães que atuavam na Vila Remo e região, protestando contra o alto custo de vida e o congelamento de salários (SPINK, 2018)

  • Eduardo chegou no Embu das Artes

  • Criação do Centro Empresarial, no Jardim São Luis (Prefeitura de São Paulo, 2018).

  • Vindos da pastoral operária, Aurélio Peres e Irma Passoni são eleitos pelo MDB (como deputados federal e estadual, respectivamente).

  • Luta por creches. Campanha salarial que resultou no assassinato de Santo Dias.

  • Fundação do Movimento de Moradia: ocupação de terrenos públicos e reivindicação de melhoria de condições urbanas (SPINK, 2018)

  • Fundação do PT, do qual participa Pe. Jaime.

  • Demissões em massa (medidas neoliberais)

    Demissões em massa, que se seguem no ano seguinte. Nesta década, são adotadas medidas neoliberais (globalização e redução de custos e de políticas de bem estar social); segue um período de desindustrialização e de deslocamento das indústrias da região para o interior paulista.
  • Vindos da pastoral operária, são eleitos pelo PT: Irma Passoni (deputada federal), Paulo Diniz (deputado estadual) e João Carlos (vereador?); Aurélio Peres se reelege, agora pelo PCdoB (deputado federal).

  • Pe. Luis Giuliani deixa a Vila Remo, região onde os movimentos sociais se fortaleceram e onde surgiu a pastoral da carestia, que viria a ganhar repercussão nacional.

  • Criação do Movimento de Luta pela Moradia.

  • Criação do Projeto Organizacional Sócio Educacional do Menor (OSEM) – Sociedade Amigos do Riviera (chamada de Associação)

    Criação do Projeto Organizacional Sócio Educacional do Menor (OSEM) – Sociedade Amigos do Riviera (chamada de Associação)
  • Jaime e Eduardo vieram para o Jardim Ângela

    Jaime e Eduardo vieram para Jd. Ângela, por indicação de D. Fernando, que era responsável pela região de Campo Limpo
  • Formação da primeira creche da SSM, em forma de voluntariado. Contribuições recebidas tinham o valor de um botijão de gás.

  • Nascimento da Santos Mártires

    Formação da Paróquia Santos Mártires, sob o lema fé e obras em luta por melhores condições de vida na região. Homenagem aos “mártires que deram a vida pela fé e justiça” (Santo Dias, Margarida Alceres, D. Oscar Romero e outros).
  • Contexto de desemprego; serviço doméstico como alternativa leva a muitas mulheres da região reivindicarem creches. Não havia convênio com entidades nem o ECA.

  • Comissão Pastoral em Defesa dos Direitos Humanos assume a figura jurídica de CEDEP.

  • Implementação da nova Constituição brasileira, fruto do processo de redemocratização.

    A assistência social passa a ser enquadrada como política pública de direitos (RAMOS). Os artigos 203 e 204 da CF definem a assistência social como responsabilidade estatal desvinculada de contribuição à seguridade social. Traz a descentralização e participação social como eixos centrais de atuação: Estado fomentar, permitir e alargar as oportunidades de decidir com a sociedade civil.
  • Pe. José Spíndola se aposenta. Região do Riviera é anexada à Sociedade Santos Mártires.

  • Divisão interna na Arquidiocese de São Paulo

    Dom Emílio Pignoli passa a ser bispo da Diocese de Campo Limpo e o protagonismo da Igreja junto aos movimentos sociais diminui. Antes, Dom Fernando Penteado, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, dava total apoio aos trabalhos dos movimentos. Essa mudança de forma de atuação foi no sentido contrário à uma visão mais popular de Igreja, colocada na atividade de Dom Paulo Evaristo Arns e outros atores como Padre Luís Giuliane, Oblatos e Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo.
  • Criação do primeiro serviço da Santos Mártires: Creche no Alto da Riviera.

  • Osni em formação de jovens na pastoral, junto com tantos outros agentes que irão atuar na região posteriormente.

  • Implementação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)

  • Surgimento do CCA São José no Nakamura (diferente do Centro São José) - segundo serviço da Santos Mártires. O nome é São José porque a comunidade do território era a comunidade São José operário (São José como santo marceneiro).

  • Promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS)

    Definição e especificação da assistência social como política pública e marco na organização do serviço de Assistência Social do País (Lei foi ampliada em 2011)
  • Nascimento do Centro São José

    Pedra fundamental do Centro São José (uma imagem de São José pendurada na cerca), com apoio do Irmão Nicolau, que conseguiu recursos financeiros da Alemanha e Suíça e era muito devoto de São José, que é escolhido como padroeiro do Centro; pai adotivo de Jesus, é marceneiro e padroeiro dos trabalhadores.
    “Eu com 40 anos tinha dificuldade de encontrar um espaço para jogar bola, imagina os jovens.” (Pe. Jaime; 6/18)
  • Criação do Programa Comunidade Solidária no governo FHC

    Criação do Programa Comunidade Solidária no governo FHC, vinculado diretamente à Casa Civil e presidido pela primeira dama Ruth Cardoso (parte da Rede de Proteção Social). As características centrais do programa são a descentralização e a parceria com a sociedade civil. Assim, atua, principalmente, na mobilização da sociedade civil, entidades governamentais e não governamentais, tanto em financiamento quanto em execução.
  • Formalização jurídica da Sociedade Santos Mártires

  • Jd. Angela é nomeada a região mais violenta do mundo pela ONU, chamando a atenção na mídia para os desafios da região. Neste momento é criado o Fórum em Defesa da Vida.

    Várias organizações sociais ganham espaço neste momento, entre elas, a SSM (além de Caritas, Bom Jesus, Arco e Saec). “E tudo surge a partir daí no sentido de fomentos. Surge o desejo do RAS, antes do RAC. Surge o estudo do CAPS, que é o CAD (Unidade Comunitária de de Álcool de Drogas). Surge a discussão da mulher, a discussão do centro de proteção CEDECA (Centro de Defesa da Criança).
  • Associação do Alto do Riviera quebra

    Com dívidas financeiras e esvaziamento do espaço, a Associação do Alto do Riviera quebra. Não pedem nem falência, mas chamam Jaime para socorrer o serviço, que “acolhe” o serviço: assume as dívidas e oferece o salão do São José como espaço de trabalho.
  • Centro São José é incorporado pela Santos Mártires

    Sandra, que era a coordenadora da OSEM, desiste da função e se retira. Sociedade Santos Mártires assume o trabalho, incorporando-o ao Centro, que se torna o terceiro serviço da organização. Trabalho de atendimento às crianças passa a ser diário. Osni, com 20 e poucos anos, assume como gestor e educador, além de residir no espaço (como caseiro, até 2006). Torna-se coordenador em composição com a liderança informal de Do Carmo.
  • Fórum Social Mundial (inspiração para o Fórum Social Sul)

  • Novo Plano Diretor municipal, criando os distritos de Jardim São Luis e Jardim Ãngela, que deixam de fazer parte do distrito de Capão Redondo.

  • Setor dos Jovens passa a ser nomeado como Qualificação Profissional (QP), pela Secretaria

  • Regis ingressa no Centro São José

    Regis ingressa no Centro São José; vindo da Pastoral, faz graduação por incentivo do Pe. Eduardo. Passa a compartilhar a gestão do equipamento em parceria com Osni (ela cuida das atividades internas, ele, das externas). Com experiência no atendimento às famílias pela pastoral, segue com a atividade no Centro.
  • Maria torna-se educadora, com 18 anos

  • Primeiro Fórum Social Sul: “Uma outra periferia: possível, necessário e urgente”.

    “Era trabalhado por eixos: saúde, educação, jovem, adolescente. Foi uma das muitas ações e fez sentido, ajudou a pensar mais como periferia” (Osni, 2018).
  • Segundo Fórum Social Sul ocorre em parte no São José, partindo da ideia de trabalhar nos locais (checar data).

  • Lançamento as diretrizes para a implementação e operacionalização do Sistema Único de Assistência Social (SUAS)

    Conselho Nacional de Assistência Social lança as diretrizes para a implementação e operacionalização do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) que buscava regular e estabelecer parâmetros para esta área de atuação. Diretrizes: defesa de direitos sócio-assistenciais, interdisciplinaridade, gestão participativa com controle social, qualificação dos trabalhadores.
  • Início do Projeto Agente Jovem no Centro São José (rever data)

    Durou até aproximadamente 2010. O projeto da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado tinha como objetivo o desenvolvimento do protagonismo juvenil e fortalecimento de vínculos familiares e comunitários no território via atividades formativas. Os jovens participantes recebiam uma Bolsa de 65 reais mensais para participar e isso traz muitos jovens para o São José. - “Ele vinha por causa da Bolsa e para comer, porque a comida era muito boa. No fim se apaixonou” (Osni, 2018).
  • Divisão da Santos Mártires

    Divisão da Santos Mártires, o território foi dividido pelo Bispo Dom Emílio Pignoli: a paróquia, que era uma só, passa a ser quatro. Com isso, serviços que era realizados nos espaços da Igreja passam a ter que se organizar em outros locais. Foram realocadas em prédios alugados a primeira creche da Santos Mártires, o CCA São José, Nossa Sra. de Fátima no Herculano.
  • Crise financeira na qual muitos profissionais do Centro ficaram sem receber salário durante meses.

  • Adoção das rodas de conversa como metodologia de trabalho no Centro

  • Realização do Fórum Social Sul no Centro São José (checar data)

    Inspirado no Fórum Social, a SSM e parceiros locais trazem para o território debates sobre questões sociais prementes (checar data)
  • Nova Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social

    Nova Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social: dentre algumas mudanças, destaque para o surgimento da Vigilância Socioassistencial como base fundamental da execução da política de assistência (para além do monitoramento e avaliação) - “A Vigilância Socioassistencial tem como objetivo a produção, sistematização, análise e disseminação de informações territorializadas das situações de vulnerabilidade e do tipo, volume e padrões de qualidade dos serviços da rede”.
  • Plano de reorganização da Assistência: Centro é chamado a fazer um plano de reformulação. É incluído no plano da Secretaria para tornar-se um Sedesp