Legitimação amanishakheto

História das mulheres no nordeste da África (Núbia e Egito)

  • 2040 BCE

    Soberana Satjyt

    Tem seu nome citado em um texto egípcio datado do Reino Médio, descrita como soberana reinante e eficiente em sua função, podendo apresentar perigo à seus inimigos. Antecede o título de Candace, principalmente pela falta de significado atribuído à matrilinearidade.
  • 1700 BCE

    Soberana Qasaka

    No período em que a capital do reino de Kush era Napata, as soberanas ganharam importante destaque, como por exemplo a soberana Qasaka, esposa do soberano Alara, que apesar da ausência também da ideologia matrilinear, teve sua importância com uma tumba dedicada a si no cemitério real.
  • 1070 BCE

    Soberana Kadimalo

    Ainda no período napatano, é um exemplo da importância e do poder político exercido por figuras femininas, a soberana Kadimalo teve um monumento construído em Semna em sua homenagem, local considerado como centro administrativo e militar, fortificando ainda mais a importância política da soberana.
  • 740 BCE

    XXV Dinastia egípcia, dinastia núbia

    Com a dinastia de faraós núbios, o culto à Isis, deusa associada à prosperidade, maternidade e fertilidade, teve crescimento, por conta da legitimação do poder do soberano que era proporcionado pela deusa, enfatizando a importância da herança materna no cargo de soberania.
  • 740 BCE

    Esposas de Amon

    Apesar de ser um título existente desde a XVIII dinastia egípcia, a força que o título de esposa de Amon ganha na XXV dinastia egípcia tem grande relevância, já que o título é usado para atribuir poder político à essas sacerdotisas, que poderiam ser irmãs ou filhas do soberano.
  • 664 BCE

    Governo de Taharqo

    A partir da estela de Taharqo também fica evidente a importância atribuída à imagem de sua mãe, que aparece como legitimadora do seu governo, remetendo à símbolos maternos como a força sendo transmitida através da amamentação.
  • 140 BCE

    Soberana Shanakdakhete

    Assumindo papel de figura política central, a soberana Shanakdakhete foi uma das primeiras a receber o título de Candace, é representada rodeada pelos deuses (legitimando seu governo) em uma estátua funerária em Méroe, também é representada em outra estátua mortuária usando uma coroa já conhecida por ser usada por governantes anteriores.
  • 25 BCE

    Soberana Amanirenas

    Sucessora de Shanakdakhete como Candace e soberana, Amanirenas esposa do governante Teriteqas, é representada junto a ele em templos em Méroe.
  • 10 BCE

    Soberana Amanishakheto

    Soberana sucessora de Amanirenas, é a Candace que mais tem registros do seu governo, seu período de reinado é considerado bastante próspero devido a monumentos construídos e também à sua coleção de jóias.
  • Period: 1 BCE to 1 CE

    Soberana Amanitore

    Candace também reconhecida pela prosperidade de seu governo, em complementaridade com seu marido Natakamani, conhecidos pela construção e restauração de templos.
  • Conclusão

    O ponto principal a ser defendido é a complementaridade entre feminino e masculino presente em todas as representações, ao invés de uma rivalidade ou submissão de um ao outro, ambos eram colocados em posição de complemento e legitimidade um do outro, seja como mãe e filho, pai e filha, ou esposo e esposa. A fonte usada pra trazer informações foi unicamente o trabalho "Senhoras da Núbia: as Candaces na cultura material em Kush (África, I AEC - I EC)" por Fernanda Chamarelli - PUC Rio.