Surgimento das cidades, o advento da urbanização e o avanço em direção a uma sociedade urbana - Geraldo Luís Andretta - UNESP Ourinhos - Geografia Urbana - Prof. Márcio José Catelan
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Os seres humanos vivem em cidades desde o período neolítico, quando, por meio do desenvolvimento da agricultura, as sociedades humanas puderam se tornar sedentárias. As primeiras cidades se desenvolveram na Mesopotâmia, em 3.500 a.C., entre os vales dos Rios Tigres e Eufrates, em uma área que hoje pertence ao território do Iraque.
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Por volta de 2.000 a.C., surgem cidades na China e no Egito. Diferente das cidades neolíticas, em que a população se dedicava exclusivamente à agrícola, essas cidades abrigavam possuíam classes de trabalhadores dedicas ao artesanato, ao comércio e as práticas religiosas. A partir de então, as cidades passaram a complexificar sua atividade, transformando-se em centros de poder territorial. Durante o Império Romano, por exemplo, cumpriam importante papel na gestão do império.
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Urbanização é o processo de migração da população que vive no campo para a cidade. Esse processo é motivado por inúmeros fatores, que vão desde a industrialização dos centros urbanos até a concentração de terras pelo agronegócio nas áreas rurais.
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Babilônia se transformou em um dos mais prósperos e importantes centros urbanos de toda a Antiguidade.
Video ilustrativo: https://www.youtube.com/watch?v=zwcb_BeJIrU -
Além de promover a unificação dos territórios mesopotâmicos, o rei Hamurábi também foi imprescindível na elaboração do mais antigo código de leis escrito do mundo. O chamado Código de Hamurábi era conhecido por seus vários artigos que tratavam de crimes domésticos, comerciais, o direito de herança, falsas acusações e preservação das propriedades.
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A industrialização impõe mudanças no desenho e na arquitetura das cidades. Antes disso, as cidades orientais estavam ligadas ao modo de produção asiático, as cidades romanas à posse de escravos e as cidades medievais inseridas nas relações feudais. Com a chegada da indústria e o nascimento do capitalismo as cidades se desenvolveram, acumularam riquezas, adotaram um sistema de produção distante da agricultura e utilizaram mão de obra camponesa, dando início a centros de política e vida social.
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O revigoramento do comércio e das cidades
Vídeo ilustrativo: https://www.youtube.com/watch?v=UrPNvyUpBt4 -
Londres, na Inglaterra, foi o berço da Revolução Industrial. Em 1780, viviam cerca de 800.000 habitantes na cidade. Em 1880, esse número saltou para 5 milhões. Esses números revelam a relação entre o processo de urbanização e a industrialização. Foto: ZoltanGabor / Istock.com -
Com o desenvolvimento do modelo capitalista de produção, os países da Europa ocidental passam a se industrializar a partir do século XVIII. Como resultado, as populações camponesas passam a migrar para os centros urbanos motivadas por dois fatores distintos.
Em 1º lugar, surge uma grande demanda de trabalhadores nas cidades com a criação de postos de trabalho na indústria. Além disso, as cidades oferecem infraestrutura inexistente no campo, como acesso à saúde, educação e moradia. -
Em que a importância política das cidades ao longo da história, até a Revolução Industrial, ocorrida no século XIX, as cidades estavam fortemente atreladas as atividades desenvolvidas no campo. O poder desempenhado pela urbe resultava das atividades agrícolas.
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Com o processo de desenvolvimento capitalista e a Revolução Industrial, as atividades desenvolvidas na cidade passam a ter cada vez mais importância. As inovações tecnológicas chegam ao campo, que se industrializa, criando o agronegócio. Dessa forma, o campo se sujeita à cidade.
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Em segundo lugar, uma grande parcela dos trabalhadores do campo se veem obrigados à migrarem para as cidades em face do processo de concentração de capital no campo. Com o desenvolvimento do capitalismo na Europa, a antiga classe feudal se transforma em proprietária de terra. Com a dissolução das relações de servidão, milhares de servos são expulsos das terras para dar espaço à áreas de produção agrícola voltadas para o abastecimento do mercado.
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No Brasil, o processo de urbanização ocorreu de forma mais intensa entre as décadas de 1940 e 1980. A urbanização brasileira foi motivada, principalmente, pelas péssimas condições de vida na zona rural brasileira. A miséria da vida no campo e o início do processo de industrialização do país, motivaram massas de trabalhadores rurais a migrarem para a cidade em busca de melhores condições de vida.
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Outro fator importante para a expulsão dos trabalhadores rurais do campo, foi o investimento do Estado no desenvolvimento do agronegócio em detrimento do incentivo à pequena propriedade rural. A mecanização do campo promoveu a concentração de renda e de terras no país, resultando na transferência de grandes contingentes populacionais para os centros urbanos.
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Video introdutório ao tema: https://www.youtube.com/watch?v=Tsbo84grnxg
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Vão deixando a sua marca no território. Imprimindo um processo urbano. Um fato urbano pré capitalista.
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o surgimento e certa consolidação, na
segunda metade da década de 80 e nos anos 90 no Brasil, de novas formas do
planejamento e gestão (em particular ao nível municipal) -
No Brasil, o investimento na indústria concentrou-se na região sudeste, atraindo trabalhadores de diversas regiões do país para Rio de Janeiro e São Paulo. Além da migração entre campo e cidade, o processo de urbanização no país foi marcado por uma intensa migração regional. Foto: Candido Portinari. Retirantes. 1944. Na obra Retirantes, Portinari retrata uma família de migrantes que foge da miséria no campo em busca de melhor condição de vida no sudeste durante o processo de urbanização do país. -
Lefebvre identifica nas sociedades contemporâneas (industriais)
determinadas contradições do espaço. Essas contradições
estão originadas naquilo que chama de espaço abstrato desses sociedades e são
intrínsecas a esse espaço. -
essas novas formas - que uns chamaram de
participativas e nos de comunicativas (Randolph 1995, 1999) - deverão ou não ser
compreendidas enquanto expressão de uma mudança "estrutural" ou, como
dizem outros autores, novo "paradigma"3 em relação a abordagens anteriores
(Randolph 1997). -
uma verdadeira mutação (Randolph
2000) - da forma urbana, pois o advento da sociedade urbana (pós-industrial)
pressupõe a “explosão” das antigas formas urbanas, ainda nas palavras de
Lefebvre. -
predomínio de uma nova forma espacial urbana. Essa nova forma tornar-se-ia hegemônica na configuração da totalidade espacial da sociedade como aconteceu por ocasião do advento da cidade industrial que não extinguiu, muito menos ainda em países fora dos “centros metropolitanos” do mundo, a cidade mercantil e essa não a cidade política; uma periodização utilizada por Lefebvre (1999)