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As primeiras manifestações do design da informação não vieram de acadêmicos ou designers, mas de nossos ancestrais nas cavernas. As Pinturas de Lascaux, encontradas na França, são mais do que simples obras de arte pré-histórica; elas representam a tentativa mais antiga de registrar informações de forma visual. Nesses murais, há pictogramas detalhados de animais, eventos de caça e, de forma notável, até representações de constelações.
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Na antiga Babilônia, a necessidade de prever o futuro levou a uma meticulosa organização de dados celestes. A Tábua de Enuma Anu Enlil é um vasto conjunto de tábuas de argila que documentam milhares de observações astronômicas ao longo de séculos. Os sacerdotes babilônicos registravam eclipses, movimentos planetários e outros fenômenos com o objetivo de interpretar presságios. Essa compilação massiva de dados, organizada de forma sistemática, é um dos primeiros exemplos de como o registro
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A redescoberta da obra de Ptolomeu, um geógrafo grego do século II, no início do Renascimento, marcou uma revolução na cartografia. Seu livro, "Geographia", não era apenas uma coleção de mapas, mas um manual detalhado sobre como criá-los. Ptolomeu padronizou o uso de coordenadas de latitude e longitude, fornecendo uma estrutura matemática precisa para mapear o mundo. Essa abordagem sistemática foi fundamental para o desenvolvimento da cartografia moderna e estabeleceu as bases para a visual
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O escocês William Playfair é amplamente considerado o pai da visualização de dados moderna. Em seu "Commercial and Political Atlas", ele introduziu os gráficos de barras, de linha e de pizza para apresentar dados econômicos de forma visual. Antes de Playfair, as informações financeiras eram apresentadas em tabelas longas e densas, difíceis de interpretar. Ele defendia a ideia de que "o olho pode ver o que a mente não consegue conceber", mostrando que a visualização de dados era uma ferramenta
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A visualização de dados pode ter um impacto direto na vida das pessoas, e o trabalho do médico John Snow é a prova disso. Durante um surto de cólera em Londres, ele criou um mapa que mostrava a localização de cada morte e a relação com as bombas de água públicas. Ao visualizar os dados, ele notou um aglomerado de casos em torno de uma bomba específica na Rua Broad. Essa simples, mas revolucionária, visualização o levou a concluir que a doença se espalhava pela água contaminada.
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A enfermeira Florence Nightingale, uma estatística talentosa, utilizou o design da informação para expor a realidade brutal da Guerra da Crimeia. Seu famoso Diagrama de Rosa era um gráfico circular complexo que ilustrava as causas de morte dos soldados britânicos. A visualização mostrava claramente que a maioria dos soldados não morria em combate, mas sim por doenças evitáveis devido a condições sanitárias precárias.
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Diante de um mundo fragmentado por barreiras linguísticas, o filósofo austríaco Otto Neurath criou o Isotype (International System of Typographic Picture Education). O Isotype era um sistema de pictogramas universais projetado para comunicar estatísticas sociais e econômicas de forma clara e acessível a qualquer pessoa, independentemente do idioma. Neurath acreditava que a informação visual poderia capacitar as massas, tornando o conhecimento científico e social mais democrático.
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Harry Beck, um desenhista técnico da London Underground, revolucionou o design de mapas de transporte com seu mapa esquemático do metrô de Londres. Em vez de usar a precisão geográfica, ele priorizou a clareza, representando as linhas do metrô com cores e formas geométricas simples (retas, diagonais e curvas de 45°). O mapa era fácil de ler e seguir, tornando a navegação pela complexa rede do metrô intuitiva para milhões de pessoas. O design de Beck se tornou o padrão global para mapas de metrô
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O professor Edward Tufte consolidou o design da informação como uma disciplina formal com a publicação de sua obra seminal, "The Visual Display of Quantitative Information". O livro se tornou a "bíblia" do design de dados, estabelecendo princípios fundamentais como a "proporção entre dados e tinta" (data-ink ratio) — a ideia de que cada traço de tinta em um gráfico deve servir para apresentar dados, e não para decorar. Tufte defendeu a simplicidade, a integridade e a clareza na visualização
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O século XXI trouxe a explosão do Big Data, um volume sem precedentes de informações geradas a cada segundo. A capacidade de analisar e comunicar esses dados se tornou uma habilidade essencial. A ascensão de ferramentas como Tableau, Power BI, D3.js e outras, democratizou a visualização de dados, permitindo que pessoas de diversas áreas criassem e compartilhassem infográficos e dashboards interativos. A informação agora é dinâmica e acessível em qualquer dispositivo, e o design da informação.