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Rombos são aerofones achatados e oblongos com cordas na extremidade que produzem som quando girados acima da cabeça ou perpendicularmente ao corpo, originários da África Meridional, especialmente no sítio Matjes River Rock Shelter na África do Sul. Os povos Kalahari San utilizavam os rombos para produzir música, enquanto os povos |Xam os empregavam pra espantar abelhas; já os povos !Kung utilizavam os rombos em iniciações de anciãos, queimando os instrumentos utilizados.
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Evidências linguísticas apontam que as comunidades Cuxíticas do Sul, assentadas onde hoje se encontram a Tanzânia e o Quênia, utilizavam vários instrumentos de cordas no dia-a-dia ao longo dos últimos milênios AEC, como indicado pelo termo "pokʷ'an-" que, no pre-proto-Cuxítico Meridional (dialeto do Rift Ocidental), significa "lira". Além disso, sabe-se que os instrumentos de percurssão eram desconhecidos ao longo do leste africano.
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Em 1955, um grupo de arqueólogos franceses analisou um grupo de rochas com depressões que, quando atingidas, produziam diferentes vibrações, localizadas no sítio arqueológico Dutsen Habude, em Birnin Kudu (Nigéria). Esses gongos datam do período neolítico e, segundo especulações iniciais, eram utilizados como instrumentos de conjunto. Outros gongos foram documentados em outras regiões da Nigéria, ainda em uso pelos moradores. No dialeto Ron de Bokkos, são chamados pelo termo "kwangalang".
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Antecedendo e coexistindo com os sinos duplos, os sinos únicos se desenvolvem nas Idades do Ferro e se difundem em contextos políticos e militares. Na África Meridional, os sinos mais antigos eram associados ao sepultamento de "pessoas importantes", ao passo que assumem várias funções nas outras regiões: agem como emblema de liderança (na ausência dos sinos duplos), como sinal de organização em batalhas (reino do Congo) e eram utilizados pelos pregoeiros (Igbo e Ijaw), por exemplo.
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Difundidos por todo o continente, os sinos duplos mais antigos encontrados são do Zimbábue, porém, estima-se que os sinos duplos foram inventados mais de uma vez. Capazes de produzir duas notas, os sinos duplos eram mais comuns na África Central e Oriental, assumindo diferentes funções sociais, na maioria das vezes agindo como emblemas secundários de exaltação das chefaturas e lideranças locais. Na região do rio Ubangi, era utilizado para pagamento do dote e para o comércio local.
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Durante o período Neolítico dos povos Akan, que eram caçadores coletores, chifres de cabras e outros animais tinham suas pontas cortadas por machados de pedra e eram utilizados para comunicação entre grupos, ressoando a voz humana e agindo como instrumento de sinalização e localização. A exploração de gestos corporais para a comunicação e da sonoridade dos chifres permitiu o desenvolvimento da música.
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A mbira provavelmente surge nas comunidades Kusi da África Oriental, no sul do Malawi e do Zimbabwe, falantes de línguas do tronco cuxítico, pertencente à família Afro-Asiática. Provavelmente a mbira era feita utilizando bambu para os "dentes", já que o uso do ferro ainda era raro entre os Kusi, teoria que se sustenta pela presença de bambu na região até o início do século XX.
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No início do 1º milênio AEC, as comunidades Bantu provavelmente utilizavam apenas tambores como instrumentos musicais e, no caso das comunidades Mashariki, da África Oriental, as performances eram puramente polirrítmicas e percussivas. No proto-Mashariki, há dois termos para tambores: -goma, referente aos tambores menores, e -tumba, referente aos tambores mais largos.
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O povo Kalenjin, grupo Nilota assentado no Quênia ocidental, adotou a lira dos povos Cuxíticos do Sul. O termo para "lira" na língua Kalenjin, "po:ka:n-", é um empréstimo linguístico do Cuxítico do Sul. Portanto, é possível assumir que haviam trocas interculturais, materiais e linguísticas entre as duas regiões.
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Durante a idade do ferro antiga da civilização Akan da África Ocidental, na região de Gana, os "trompetes" de marfim (abɛn = instrumento de sopro) se tornaram um instrumento relacionado à realeza, devido à raridade do material. Eram usadas primariamente para comunicação, imitando os calaus-orientais (Asɔkwa), motivo pelo qual os instrumentistas que os tocavam eram chamados de Asɔkwafoɔ. O desenvolvimento da metalurgia permitiu o refinamento do material, que passa a se assemelhar a uma flauta.